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Venda de carros no país cresce em janeiro, mas importação ainda preocupa setor

Venda de carros no país cresce em janeiro, mas importação ainda preocupa setor

Anfavea divulgou resultados do mês de janeiro, que registrou crescimento de 13,1% quando comparado ao mesmo período do ano passado

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 15:49

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Participação de veículos importados no brasil chegou a 19,5% das vendas. (Shutterstock)

O mercado automotivo brasileiro fechou o mês de janeiro com uma alta de 13,1% nos emplacamentos em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 161,6 mil veículos emplacados no país neste mês, contra 142,9 mil comercializados em janeiro de 2023. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, esse foi o melhor desempenho para o mês desde 2021.

Com relação à produção, esta permaneceu nos mesmos patamares de janeiro do ano passado, com 153 mil veículos fabricados. Já as exportações tiveram uma queda de 43% (saíram de 33 mil veículos exportados em janeiro de 2023 para 19 mil este ano), ao  passo que as importações aumentaram, registrando um crescimento de 19,5% (31 mil veículos emplacados em janeiro) em relação ao mesmo período do ano passado.

Com isso, a participação dos importados no Brasil chega a um total de 19,5% dos veículos vendidos, ante 80,5% de carros nacionais. Segundo o presidente da Anfavea, janeiro foi o mês com o maior volume de importações, desde 2014, e isso tem atrapalhado a produção. No entanto, apesar de preocupantes os números, a entidade afirma que a evolução desse mercado será acompanhada nos próximos meses.

“É fundamental a importação, mas precisa ser num patamar que não prejudique a indústria. Esse número não pode permanecer, o mercado não pode ter uma participação tão expressiva de produtos importados no Brasil”, afirma Leite.

Os modelos elétricos responderam por 14% dos modelos de fora do país e os híbridos, 15%. Quase metade dessas importações veio da Argentina e 25% da China. “A Argentina vive um fenômeno, que é o mercado interno em queda, nossas exportações para lá caindo e o aumento das importações para o Brasil”, completa.

Programa Mover

A coletiva iniciou com uma breve fala do vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que enfatizou sobre o atual momento econômico do país, com a queda de juros, desburocratização para ampliar o comércio exterior, principalmente com a América Latina, África, e o Programa Mobilidade Verde (Mover), que prevê R$ 3,5 bilhões em crédito tributário, baseado em investimento e descarbonização.

O programa, bastante elogiado pela indústria automotiva, foi o foco da coletiva, já que estão sendo esperados cerca de R$ 100 bilhões em investimentos por parte das empresas do setor no país.

“Vivemos e vamos viver o maior ciclo de investimentos da história. Com o anúncio do Programa Mover, os nossos investimentos começaram a se materializar. O programa é fundamental para isso. E o país tem muito a crescer, principalmente nos últimos anos, pois houve menor acesso ao veículo novo, e com isso, há uma forte demanda reprimida”, comenta Leite.

O diretor-executivo da Anfavea, Igor Calvet, também elogiou o programa, que depois do Carnaval deve ter sua regulamentação divulgada. “O programa foi muito bem recebido pela indústria, pois visa o não aumento das tarifas sobre o setor. A expectativa maior é que haja maior participação da indústria automotiva no PIB brasileiro, que hoje é da ordem de 20%”, diz.

Um dos pontos fortes do programa é o investimento em pesquisa e desenvolvimento, em que o Brasil, segundo os dirigentes, tem notoriedade em ser um país exportador de tecnologia. “Vamos transformar o Brasil em um polo de pesquisa e desenvolvimento e colocar a indústria brasileira no centro de um processo de exportação para outros países e mercados”, conta Calvet.

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