O mercado automotivo brasileiro fechou o mês de janeiro com uma alta de 13,1% nos emplacamentos em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 161,6 mil veículos emplacados no país neste mês, contra 142,9 mil comercializados em janeiro de 2023. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, esse foi o melhor desempenho para o mês desde 2021.
Com relação à produção, esta permaneceu nos mesmos patamares de janeiro do ano passado, com 153 mil veículos fabricados. Já as exportações tiveram uma queda de 43% (saíram de 33 mil veículos exportados em janeiro de 2023 para 19 mil este ano), ao passo que as importações aumentaram, registrando um crescimento de 19,5% (31 mil veículos emplacados em janeiro) em relação ao mesmo período do ano passado.
Com isso, a participação dos importados no Brasil chega a um total de 19,5% dos veículos vendidos, ante 80,5% de carros nacionais. Segundo o presidente da Anfavea, janeiro foi o mês com o maior volume de importações, desde 2014, e isso tem atrapalhado a produção. No entanto, apesar de preocupantes os números, a entidade afirma que a evolução desse mercado será acompanhada nos próximos meses.
“É fundamental a importação, mas precisa ser num patamar que não prejudique a indústria. Esse número não pode permanecer, o mercado não pode ter uma participação tão expressiva de produtos importados no Brasil”, afirma Leite.
Os modelos elétricos responderam por 14% dos modelos de fora do país e os híbridos, 15%. Quase metade dessas importações veio da Argentina e 25% da China. “A Argentina vive um fenômeno, que é o mercado interno em queda, nossas exportações para lá caindo e o aumento das importações para o Brasil”, completa.
A coletiva iniciou com uma breve fala do vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que enfatizou sobre o atual momento econômico do país, com a queda de juros, desburocratização para ampliar o comércio exterior, principalmente com a América Latina, África, e o Programa Mobilidade Verde (Mover), que prevê R$ 3,5 bilhões em crédito tributário, baseado em investimento e descarbonização.
O programa, bastante elogiado pela indústria automotiva, foi o foco da coletiva, já que estão sendo esperados cerca de R$ 100 bilhões em investimentos por parte das empresas do setor no país.
“Vivemos e vamos viver o maior ciclo de investimentos da história. Com o anúncio do Programa Mover, os nossos investimentos começaram a se materializar. O programa é fundamental para isso. E o país tem muito a crescer, principalmente nos últimos anos, pois houve menor acesso ao veículo novo, e com isso, há uma forte demanda reprimida”, comenta Leite.
O diretor-executivo da Anfavea, Igor Calvet, também elogiou o programa, que depois do Carnaval deve ter sua regulamentação divulgada. “O programa foi muito bem recebido pela indústria, pois visa o não aumento das tarifas sobre o setor. A expectativa maior é que haja maior participação da indústria automotiva no PIB brasileiro, que hoje é da ordem de 20%”, diz.
Um dos pontos fortes do programa é o investimento em pesquisa e desenvolvimento, em que o Brasil, segundo os dirigentes, tem notoriedade em ser um país exportador de tecnologia. “Vamos transformar o Brasil em um polo de pesquisa e desenvolvimento e colocar a indústria brasileira no centro de um processo de exportação para outros países e mercados”, conta Calvet.
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