A média diária de vendas de veículos no Brasil em fevereiro teve um crescimento constante, de 6,3% em relação ao mesmo mês no ano passado e 18,8% comparado com janeiro deste ano. Isso, sendo fevereiro um mês geralmente curto por conta do carnaval.
Inclusive, os emplacamentos no primeiro bimestre deste ano cresceram 9% em relação ao mesmo período de 2024, sendo um dos maiores desde 2020, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio Leite. No entanto, a taxa de juros vem preocupando os fabricantes de automóveis.
“O custo do financiamento está batendo um recorde. O que estamos vendo hoje é o maior período da taxa de juros, de custo do financiamento para o consumidor pessoa física, na história da indústria automotiva”, atenta Leite.
Ainda, de acordo com o dirigente da entidade, o setor depende muito das taxas de juros para o financiamento, que é uma das principais formas de aquisição de veículos por parte do consumidor final. Atualmente, segundo apresentado durante a coletiva da Anfavea, 55% dos veículos adquiridos no ano passado foram por meio de financiamento, enquanto os 45% restantes foram à vista. No entanto, historicamente, a média de financiamento é de 70%.
Por outro lado, a indústria também registrou outra alta, desta vez da produção, que avançou 14,8% no bimestre em relação ao mesmo período do ano passado, sendo a maior desde 2021, segundo o dirigente. As exportações de janeiro e fevereiro também tiveram um saldo positivo de 50,4% em relação aos dois primeiros meses de 2024.
Já as importações cresceram 21% no primeiro bimestre deste ano, no entanto, Marcio Leite afirma que é preciso separar o que são importações do Mercosul (a exemplo da Argentina e Uruguai) de importações extra-zona, vindos de outros países como a China. Este tipo de importações, segundo Leite, vem apresentando uma tendência de crescimento.
“Em 2021, a quantidade de unidades importadas extra-zona era de 3% do mercado, hoje, esse valor é de 10,3%, o que corresponde a um país como o Chile”, observa.
As importações também tiveram uma forte ligação com o emplacamento de modelos eletrificados, uma vez que, em sua maioria, são provenientes de outros países, principalmente da China. Modelos 100% eletrificados correspondem a 2,5% das vendas, enquanto os híbridos e híbridos plug-in (que precisam ser recarregados na tomada) totalizam 4,6%.
Apesar de não ter uma produção significativa no país, os modelos híbridos plug-in são os que mais crescem dentro do segmento de eletrificados. Já os 100% elétricos não têm registrado um crescimento de sua participação no mercado.
“Os híbridos plug-in vêm registrando uma tendência de crescimento, com 10,3 mil unidades emplacadas até dezembro de 2024. Já os híbridos convencionais, a curva também foi crescente, fechando em 2024 com 7 mil unidades. O país começa a avançar na fabricação do híbrido convencional”, acrescenta.
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