O mês de julho foi o melhor desde 2019, com alta de 19% no desempenhos das vendas de automóveis no Brasil. Foram 225,6 mil unidades vendidas, enquanto, no mês anterior, Houve o emplacamento de 189,5 mil veículos. Se comparado ao mesmo mês de 2022, o crescimento foi de 24%. Isso é o que aponta os dados apresentados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (7).
Para a entidade, é fundamental compreender que diversos fatores externos contribuíram para isso. Entre eles os números de desemprego em queda, o rating – classificação de crédito que avalia o valor das emissões da dívida de uma empresa ou governo – melhorando, a taxa da Selic caindo em 0,5%, os níveis de Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e global aumentando desde o começo do ano e as vendas de veículos leves a nível global também em crescimento.
Além disso, se em junho o aquecimento de vendas só veio no final do mês por conta dos descontos causados pela adoção da Medida Provisória (MP) 1.175, o mês de julho colheu ainda mais efeitos do programa do governo federal. A primeira quinzena, segundo a Anfavea, teve um desempenho acima da média por conta das vendas de automóveis e comerciais leves favorecidos com o bônus oficial, somado aos descontos oferecidos pelas montadoras.
Na segunda quinzena, esse efeito foi diluído, mas as vendas se mantiveram elevadas em razão das estratégias de venda de várias marcas que bancaram a manutenção de descontos, conforme lembra o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. "Indo contra as expectativas do mercado, a segunda quinzena de julho conseguiu se manter em bom ritmo de vendas mesmo com o fim do programa de descontos do governo", avalia.
Como consequência, a primeira semana de julho teve um crescimento significativo de mais de 23% comparado ao mesmo mês no ano passado até este momento, mesmo com uma proporção baixa de carros com bônus sendo vendidos nas concessionárias brasileiras. No entanto, Leite afirma que isso não significa, necessariamente, que agosto vai fechar nesta mesma toada.
Entretanto, as boas notícias não chegaram para o mercado capixaba. Conforme os dados divulgados pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodiv-ES), no mês de julho de 2023, foram vendidos 6.814 veículos de todos os segmentos no Estado, contra 7.745 unidades vendidas em junho de 2023. Ou seja, houve uma queda de 12,02%.
Além do mais, os emplacamentos de julho de 2023 foram 16,56% superior às vendas do mesmo mês em 2022 (5.846 unidades) e, no acumulado do ano de 2023 até agora, foram comercializados 45.884 veículos contra 39.019 no mesmo período de 2022, o que representa um crescimento de 17,59%.
No entanto, segundo o presidente do Sincodiv-ES, Riguel Chieppe, o resultado dos emplacamentos de todos os segmentos no mês de julho de 2023 foi expressivo e superior em relação a julho do ano anterior. “Este resultado se deve às medidas provisórias do governo federal, que trouxeram reflexos positivos nas vendas do mês, mostrando a eficiência da medida adotada pelo governo”, analisa.
Embora julho seja um mês historicamente considerado fraco devido às férias escolares, o cenário foi de estabilidade em razão do desempenho dos meses anteriores, quando o setor sofreu com algumas paralisações de fábricas, o que provocou uma acomodação (considerada natural pela associação) da produção em relação à demanda.
Já a produção de automóveis sofreu uma queda a nível mensal. Enquanto julho registrou 183 mil unidades produzidas; em maio, foram fabricados 189,2 mil veículos, o que mostrou um decréscimo de 3,3%. Em relação ao mesmo período no ano passado, a queda atingiu 16,4%, justificada por Leite pela excepcionalidade da época com a retomada das atividades após a pandemia.
Em compensação, no acumulado do ano, a produção de 1,31 milhão de unidades está praticamente igual à dos sete primeiros meses de 2022, com alta de 0,3%. Já o mercado interno acumula 1,22 milhão de unidades vendidas, 11,3% a mais do que no ano passado.
O indicador mais prejudicado deste ano é o das exportações, segundo apresentado durante a coletiva da Anfavea, sobretudo pelas complicações internas de destinos importantes como Colômbia e Chile, entre outros países sul-americanos. A Argentina mantém os patamares de 2022 no comércio com o Brasil, que já estavam aquém do potencial do mercado vizinho.
A única surpresa positiva é o México, que lidera pela primeira vez na história o ranking de embarques de modelos brasileiros, com mais de 83 mil unidades, 90% acima do volume do ano passado. No total, as exportações do Brasil no ano chegaram a 257,7 mil unidades, baixa de 10,6% sobre janeiro a julho de 2022.
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