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Volkswagen ID. Buzz encara a responsabilidade de herdar o carisma da velha Kombi

Volkswagen ID. Buzz encara a responsabilidade de herdar o carisma da velha Kombi

Disponível no Brasil somente pelo programa de assinatura da montadora, a minivan elétrica reinterpreta o carismático utilitário da marca alemã, lançado em 1950

Publicado em 20 de março de 2025 às 15:32- Atualizado há 4 dias

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Volkswagen ID. Buzz
ID. Buzz é oferecido exclusivamente pelo programa de assinatura VW Sign&Drive. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Há três anos, em março de 2022, a Volkswagen apresentou mundialmente o seu maior lançamento para aquele ano, o ID. Buzz. Como uma homenagem à Kombi, não uma nova geração, o ID. Buzz reinterpreta o carismático utilitário da marca alemã, lançado em 1950, como uma minivan inteiramente elétrica.

Produzido na Alemanha, o modelo chegou às concessionárias europeias ainda em 2022, nas versões de passageiros e de carga. Setenta unidades da configuração de passageiros desembarcaram em novembro de 2023 no Brasil, onde a própria Volkswagen se refere ao ID. Buzz como “Kombi elétrica”.

Mas o ID. Buzz não foi colocado à venda no mercado nacional – é oferecido exclusivamente pelo programa de assinatura VW Sign&Drive. Apesar de já estar no país há mais de um ano, é uma raridade absoluta nas ruas brasileiras.

On-line ou nas concessionárias que aderiram ao projeto da marca, o VW Sign&Drive oferece o ID. Buzz somente na variante Pro, para cinco passageiros, na cor metálica Azul Starlight ou na tradicional “saia e blusa” Branco Candy & Amarelo Pomelo (a do modelo testado).

Volkswagen ID. Buzz
Modelo tem 4,71 metros de comprimento, 1,98 metro de largura (2,21 metros com os retrovisores), 1,91 metro de altura e 2,99 metros de distância de entre-eixos. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Os preços atualmente partem de R$ 8.990 mensais – no final de 2023, a mensalidade mínima era de R$ 12.990. Os contratos têm duração de 24, 36 ou 48 meses e incluem serviços de manutenção, seguro, documentação, assistência 24 horas, gestão de multas e rastreador. Ao término do contrato de assinatura, o veículo é devolvido à fabricante.

O ID. Buzz é feito sobre a plataforma modular elétrica MEB, a mesma do utilitário esportivo ID.4, que também compartilha o motor elétrico com 170 kW de potência (204 cavalos) e 31.6 kgfm de torque, abastecido por uma bateria de 77 kWh, posicionado no eixo traseiro.

Pelo PBEV do Inmetro, a autonomia é de 337 quilômetros. A potência de carregamento é de 170 kW em DC (carregador rápido) e de 11 kW em AC (carregador lento). O carregador AC reabastece totalmente em cerca de oito horas. No rápido DC, possível atingir 80% da carga em 38 minutos.

Minivan

Volkswagen ID. Buzz
O porta-malas tem capacidade para 1.121 litros. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Assim como a Kombi original, o ID. Buzz é uma minivan – não tem a parte frontal ou a traseira salientes. Tem 4,71 metros de comprimento, 1,98 metro de largura (2,21 metros com os retrovisores), 1,91 metro de altura e 2,99 metros de distância de entre-eixos.

Em relação à última Kombi produzida no Brasil, em 2013, o ID. Buzz é 21 centímetros mais comprido, 26 centímetros mais largo, 13 centímetros mais baixo e tem 59 centímetros a mais de entre-eixos. Por conta das baterias, a minivan elétrica pesa quase o dobro da original: são 2.475 quilos.

Na antiga Kombi, a configuração com três fileiras inteiriças de bancos levava até nove pessoas – sem tanta civilidade, a quantidade de passageiros ia além disso. Mas o ID. Buzz veio para o Brasil apenas na configuração para cinco pessoas – na Europa, há uma versão com sete lugares.

Volkswagen ID. Buzz
Modelo tem câmera de 360 graus que ajuda a monitorar os arredores. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Apesar das dimensões distintas entre os dois modelos, os designers criaram uma conexão direta do ID. Buzz com a primeira geração do comercial leve conhecido na Europa como T1 e que, no Brasil, foi renomeado como Kombi e produzido por 56 anos. O design combina um futurismo tecnológico explícito com detalhes “vintage” – sob alguns ângulos, mais parece um personagem de desenho animado.

O perfil que remete a um “pão de forma”, a pintura em dois tons e o grande logotipo “VW” na frente reforçam o “Kombi style”. Os faróis IQ. Light Matrix não são redondos como os da “Corujinha” original, mas aparecem “conectados” com a assinatura noturna na grade frontal. Na lateral, as rodas de liga leve de 20 polegadas com design “Solna” têm aspecto dinâmico, enquanto os espelhos externos trazem luzes indicadoras de direção integradas.

Volkswagen ID. Buzz
O motor elétrico tem 170 kW de potência (204 cavalos) e 31.6 kgfm de torque. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Os espelhos são eletricamente ajustáveis, rebatíveis, aquecíveis e trazem função “tilt down”. As maçanetas dianteiras têm iluminação e os vidros traseiros são escurecidos. Assim como os faróis, as lanternas 3D Led são interligadas e contam com função animação IQ.Light.

O ID. Buzz é equipado com recursos como frenagem autônoma de emergência (AEB), que traz a função de detecção de pedestres e ciclistas, e assistente ativo de mudança de faixa (Lane Assist).

Há ainda sete airbags – sendo frontais, de cabeça, lateral e central –, sensor de fadiga, assistente de conversão na transversal (Turn Assist), assistente de condução ativa mantendo distância do veículo à frente e permanência na faixa (Travel Assist), ACC com stop&go, controle eletrônico de estabilidade (ESC) e controle de tração.

Volkswagen ID. Buzz
O multimídia Ready 2 Discover com tela de 12 polegadas tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Experiência a Bordo - Futuro que reflete o passado

No interior minimalista do ID. Buzz, o assistente de comunicação inteligente ID.Light permite solicitar funções por voz, como o uso do ar-condicionado digital de duas zonas. A minivan elétrica oferece uma vida a bordo agradável.

Os ocupantes têm um ambiente bastante amplo e suas bagagens contam com um enorme compartimento de 1.121 litros. Entre os bancos dianteiros, há o Buzz Box, um porta-objetos modular removível. As duas portas traseiras são deslizantes e contam com acionamento elétrico, com todas as portas tendo entradas USB-C embutidas.

O assento traseiro pode ser rebatido (40:60) ou ajustado de forma longitudinal em 15 centímetros. Não há saídas de ar-condicionado para os ocupantes do banco traseiro, que é reclinável e oferece duas mesinhas no encosto dos bancos da frente para acomodar tablets ou lanches. A alça flexível “old fashion” que facilita o acesso ao banco de trás parece ter sido “emprestada” do velho Fusca.

Volkswagen ID. Buzz
O ID. Buzz é feito sobre a plataforma modular elétrica MEB, a mesma do utilitário esportivo ID.4. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

O painel digital ID.Cockpit de 5,3 polegadas oferece as informações mais relevantes do veículo, como porcentagem da bateria e autonomia. O multimídia Ready 2 Discover com tela de 12 polegadas tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay e é bem intuitivo. As animações que mostram o veículo em 3D parecem ter saído de um videogame, e a câmera de 360 graus ajuda a monitorar os arredores.

O ID. Buzz repete uma característica comum a alguns modelos contemporâneos – a “economia de botões” torna alguns comandos, como os controles táteis dos faróis, um tanto difíceis de se “decifrar”.

Entre as “mordomias” disponíveis estão o carregamento do celular por indução, retrovisor interno anti-ofuscante automático, sensor de chuva, freio de estacionamento eletromecânico com função Auto-Hold e volante multifuncional. A iluminação ambiente é oferecida em 30 cores distintas.

Impressões ao dirigir - Personalidade magnética

Em 2022, o lançamento mundial do ID. Buzz mobilizou fãs da velha Kombi ao redor do planeta – mas talvez nem a Volkswagen soubesse dimensionar o impacto que o veículo teria nas ruas brasileiras. Afinal, a Kombi foi o primeiro modelo da marca feito no Brasil, em 1957.

No entanto, ela já chegava ao país, importada da Alemanha, desde os primórdios dos anos 50. E o Brasil foi também o último país a fabricar a Kombi, até dezembro de 2013. Ou seja, a “velha senhora” fez parte das histórias de vida de muitos brasileiros.

Volkswagen ID. Buzz
O painel digital ID.Cockpit de 5,3 polegadas oferece as informações mais relevantes do veículo. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Assim, mais do que as corriqueiras reações de espanto e curiosidade comuns a quem se depara com algum modelo exótico, a “Kombi elétrica” provoca um sentimento singular – é um veículo moderno que desperta nostalgia. Além de colecionar fotos e filmagens pelas ruas, o ID. Buzz provoca “flashbacks” nas memórias – alguns dos que o veem passar mal conseguem disfarçar o saudosismo e a emoção.

Da velha Kombi, foram reeditados no ID. Buzz o amplo espaço interno e a tração traseira. A posição elevada do motorista e o fato do carro não ter um capô à frente do para-brisa também remetem ao veterano utilitário.

Com a chave a bordo, basta pisar no pedal do freio para que a a minivan elétrica esteja pronta para rodar – e o carro desliga sozinho quando o motorista aperta o “P” no seletor de marchas, que fica em uma haste atrás do volante.

Como todo veículo carregável em tomadas, o ID. Buzz tem um rodar silencioso e suave, porém seu comportamento dinâmico não tão exuberante quanto o de outros elétricos. O motor de 204 cavalos dá conta de mover os 2.475 quilos do ID. Buzz, mas é o mesmo do ID.4, um SUV que pesa 333 quilos a menos.

Por conta do peso, apesar do torque imediato comum aos modelos elétricos, não há a habitual esportividade nas respostas ao pedal do acelerador. Nada que chegue a parecer moroso – o “powertrain” permite acelerar o ID. Buzz da imobilidade aos 100 km/h em 10,5 segundos e chegar à máxima de 145 km/h.

A força do motor elétrico aplicada às rodas traseiras torna a dinâmica do ID. Buzz mais divertida do que nos elétricos com tração frontal. A suspensão é bem calibrada e o centro de gravidade baixo gerados pelas baterias alocadas no assoalho ajudam na estabilidade em trechos sinuosos e reduzem as oscilações de carroceria.

O sistema de recuperação máxima de energia atua como um freio-motor – basta parar de acelerar que o carro perde velocidade de forma gradual. No uso urbano, as dimensões avantajadas, especialmente a largura (similar à de uma picape média), reduzem a agilidade nos engarrafamentos e dificultam a procura por lugar nos estacionamentos – todavia, a câmera de 360 graus e o Park Assist Plus ajudam a entrar nas vagas.

Ficha Técnica

Volkswagen ID. Buzz
O Brasil foi o último país a fabricar a Kombi, até dezembro de 2013. (Luiza Kreitlon/AutoMotrix)

Volkswagen ID. Buzz

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