De volta à Casa Branca a partir de 2025 após vencer as eleições nos Estados Unidos, Donald Trump prometeu durante a campanha medidas em relação à imigração, à economia e à guerra na Ucrânia.
Possivelmente, ele terá um apoio amplo para avançar com sua agenda política no Congresso, já que os republicanos conseguiram conquistar a maioria no Senado.
Em seu discurso de vitória, Trump disse: "Irei governar com um lema simples: promessa feita, promessa mantida. Vamos cumprir nossas promessas"
No entanto, em alguns casos, ele deu poucos detalhes sobre como pretende atingir seus objetivos.
Questionado pela Fox News em 2023 se abusaria de seu poder ou se visaria opositores políticos, ele respondeu que não, "exceto no primeiro dia", prometendo "fechar a fronteira" e "perfurar", num incentivo à produção de combustíveis fósseis.
"Depois disso, não serei um ditador", disse.
Durante a campanha, Trump prometeu realizar as maiores deportações em massa de migrantes indocumentados na história dos EUA.
Ele também se comprometeu a concluir a construção de um muro na fronteira com o México, iniciada durante sua primeira presidência.
O número de travessias na fronteira sul dos EUA atingiu níveis recordes no final do de 2023, durante o governo Biden-Kamala, antes de cair em 2024.
Especialistas disseram à BBC que deportações na escala prometida por Trump enfrentariam enormes desafios legais e logísticos — e poderiam desacelerar o crescimento econômico.
Dados de pesquisas de boca de urna sugeriram que a economia foi uma questão central para os eleitores.
Trump prometeu "acabar com a inflação" – que atingiu níveis históricos sob o governo de Joe Biden antes de voltar a cair. No entanto, o poder de um presidente para influenciar diretamente os preços é limitado.
Ele também prometeu amplos cortes de impostos, expandindo sua reforma de 2017.
Propôs tornar isentos de impostos os rendimentos de gorjetas (um pagamento quase "obrigatório" nos EUA), abolir o imposto sobre os pagamentos de seguridade social e reduzir o imposto corporativo.
Trump propôs novas tarifas de pelo menos 10% sobre a maioria dos produtos estrangeiros para reduzir o déficit comercial dos EUA.
Importações da China poderiam ter uma tarifa adicional de 60%, segundo ele. Alguns economistas alertaram que essas medidas poderiam aumentar os preços para os consumidores.
Durante sua primeira presidência, Trump reverteu centenas de proteções ambientais e fez dos Estados Unidos o primeiro país a se retirar do Acordo Climático de Paris.
Desta vez, ele prometeu novamente cortar regulamentações, especialmente como uma forma de ajudar a indústria automobilística americana.
Trump tem criticado constantemente os veículos elétricos e prometido reverter as metas de Biden que incentivam a mudança para carros mais limpos.
Ele também se comprometeu a aumentar a produção de combustíveis fósseis nos EUA, prometendo "perfuração, perfuração, perfuração" no primeiro dia, em detrimento de fontes de energia renovável, como a eólica.
Trump quer abrir áreas como a região selvagem do Ártico para a extração de petróleo, argumentando que isso reduziria os custos de energia – embora analistas estejam céticos.
Trump criticou as dezenas de bilhões de dólares gastos pelos EUA para apoiar a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia – e prometeu acabar com o conflito "em 24 horas" por meio de um acordo negociado.
Ele não especificou o que acredita que cada lado deveria ceder. Os democratas afirmam que essa ação encorajaria o presidente russo, Vladimir Putin.
Trump quer que os EUA se desvinculem de conflitos estrangeiros em geral.
Em relação à guerra em Gaza, ele se posicionou como um forte defensor de Israel, mas pediu que o aliado americano encerre sua operação.
Ele também prometeu acabar com a violência no Líbano, sem dar mais detalhes.
Contra o desejo de alguns de seus apoiadores, Trump afirmou durante o debate presidencial com Kamala Harris que não sancionaria uma proibição nacional do aborto.
Em 2022, o direito constitucional ao aborto em nível nacional foi revogado pela Suprema Corte, que tinha uma maioria de juízes conservadores após a primeira presidência de Trump.
Os direitos reprodutivos tornaram-se um tema central de campanha para Kamala, e vários Estados aprovaram medidas para proteger ou expandir os direitos ao aborto no dia da eleição.
O próprio Trump tem afirmado regularmente que os Estados deveriam ser livres para decidir suas próprias leis sobre o aborto, mas tem dificuldade em manter uma mensagem consistente sobre o tema.
Trump afirmou que irá "liberar" alguns dos condenados pelos crimes cometidos durante o motim em Washington D.C. em 6 de janeiro de 2021, quando seus apoiadores invadiram o Capitólio na tentativa de impedir a vitória eleitoral de Joe Biden em 2020.
Várias mortes foram atribuídas à violência, a qual Trump foi acusado de incitar.
Ele tem trabalhado para minimizar a importância da invasão e retratar as centenas de apoiadores condenados como prisioneiros políticos.
Trump continua a afirmar que muitos deles estão "erroneamente presos", embora tenha reconhecido que "alguns deles, provavelmente, perderam o controle".
Trump prometeu demitir "em dois segundos" após assumir o cargo o promotor veterano que lidera duas investigações criminais contra ele.
O procurador especial Jack Smith indiciou Trump por ter tentado reverter a eleição de 2020 e por sua conduta irregular na guarda de documentos secretos.
Trump nega qualquer irregularidade e conseguiu impedir que qualquer um dos casos fosse a julgamento antes da eleição. Ele afirma que Smith o submeteu a uma "caça às bruxas política".
Trump retornará à Casa Branca como o primeiro presidente na história dos EUA com uma condenação criminal, tendo sido considerado culpado em Nova York por falsificação de registros empresariais.
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