O governo da Argentina anunciou que vai reduzir voos com destino para o Brasil, Estados Unidos e Europa, em resposta às novas cepas do coronavírus e como tentativa de evitar uma segunda onda de infecções no país. A possibilidade de fechamento das fronteiras ainda está descartada, com base nas recomendações de especialistas em saúde.
Apesar de ser mantida a proibição de entrada de estrangeiros não residentes por meio de aeroportos e travessias marítimas e terrestres internacionais, o governo optou por manter a possibilidade de retorno de argentinos do exterior, incluindo destinos que, como no caso do Brasil, tem alta circulação do vírus. Em conjunto com a medida, o governo avança em um cronograma de forte testagem dos argentinos que voltam ao país.
Dessa forma, o anúncio feito na terça-feira (09), pelo ministro da Saúde da província de Buenos Aires, Daniel Gollan, de que seria "tomada a decisão de restringir fortemente a ida de novos turistas às áreas de circulação do vírus" não se cumprirá por enquanto. "Gollan se antecipou quando ainda não havia nada definido. Da mesma forma, é correto o conceito de que haverá uma redução no fluxo de voos", disse uma fonte oficial ao Clarín.
Se não houver mudanças na ordem da ministra da Saúde, Carla Vizzotti, serão reduzidos 20% dos voos para Brasil e México e Europa, 10% para Estados Unidos e 30% para Chile, Colômbia, Equador, Panamá e Peru.
Na contramão da decisão argentina, a França vai aliviar as restrições a viagens internacionais de alguns países, afirmou Ministério das Relações Exteriores. Segundo o órgão do governo, viajantes indo ou retornando da Austrália, Coreia do Sul, Israel, Japão, Nova Zelândia, Grã-Bretanha e Cingapura terão as medidas flexibilizadas.
No entanto, as demais restrições, como a exigência de um teste de covid-19 pelo menos de 72 horas antes da viagem, permaneceram em vigor, afirmou o ministério.
As autoridades de saúde da Itália ordenaram a retirada de um lote da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca, após a morte de dois homens na Sicília que haviam sido imunizados recentemente. A autoridade italiana de medicamentos, Aifa, confirmou que estava interrompendo o uso de um lote de doses como uma medida "de precaução", acrescentando que nenhuma ligação foi estabelecida ainda entre a vacina e os óbitos.
Stefano Paterno, um oficial da marinha de 43 anos, e Davide Villa, um policial de 50 anos, haviam recebido o imunizante do lote ABV2856 da AstraZeneca. Paterno morreu de suspeita de ataque cardíaco na terça-feira, um dia após a vacina, enquanto que Villa morreu no fim de semana, cerca de 12 dias após a imunização.
A medida da Itália aconteceu horas depois que a Dinamarca, Noruega e Islândia anunciaram que estavam suspendendo temporariamente o uso das vacinas da AstraZeneca, após relatos da formação de coágulos sanguíneos em algumas pessoas.
Segundo a autoridade de saúde dinamarquesa, a utilização da vacina da AstraZeneca foi interrompida temporariamente no País em meio a preocupações de que ela esteja levando a maiores riscos de coágulos sanguíneos. Após o anúncio, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou que não há evidências de que as vacinas contra a covid-19 possam causar trombose.
"As informações disponíveis até o momento indicam que o número de tromboembolias em indivíduos vacinados não é maior do que o observado na população em geral", afirmou o órgão de saúde. As reações cardiovasculares "não são classificadas como efeitos colaterais" do medicamento, apontou.
Ainda na Europa, a Alemanha relatou ontem 14.356 novos casos e 321 mortes por coronavírus. Os dados apontam que a situação do vírus no país atingiu um pico em termos de melhora nas últimas semanas. No entanto, a tendência observada parou e, na quarta-feira, a nação atingiu o maior número de casos diários desde 23 de janeiro.
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