O democrata Joe Biden passou à frente do presidente Donald Trump no estado da Geórgia, ficando mais perto da vitória na corrida pela Casa Branca.
Biden assumiu a liderança na Geórgia na manhã desta sexta-feira (6), com mais de 98% dos votos no estado já computados.
Trump manteve a liderança durante a maior parte da apuração na Geórgia, e chegou a declarar vitória no estado poucas horas após o fechamento das urnas na terça-feira (3).
Durante esta quinta (5), entretanto, a diferença entre os candidatos foi diminuindo gradativamente, embora o republicano permanecesse com uma pequena vantagem.
A virada de Biden ocorreu conforme foram contabilizadas mais cédulas enviadas pelo correio, já nesta sexta-feira. O democrata ultrapassou o atual presidente e assumiu a liderança na apuração com 917 votos à frente.
A Geórgia, um estado tradicionalmente republicano, dá direito a 16 votos no colégio eleitoral. A última vez que os democratas levaram a Geórgia nas eleições presidenciais foi em 1992, quando o estado ajudou a eleger Bill Clinton.
Caso Biden vença ali, acumulará 269 do total de 538 delegados, ficando a apenas um delegado da vitória no Colégio Eleitoral e efetivamente impedindo que Trump alcance os 270 votos necessários para garantir a reeleição.
Ainda assim, em um cenário em que o republicano vença em todos os demais estados que seguem indefinidos -Arizona, Nevada, Pensilvânia, Carolina do Norte e Alasca-, Trump também alcançaria a marca de 269 delegados e empataria com Biden.
Se nenhum candidato obtém a maioria dos votos dos delegados no Colégio Eleitoral, quem decide o vencedor é a Câmara dos Representantes. Mas não pelo sistema "uma pessoa-um voto". Cada estado tem um voto, decidido pela bancada estadual dos deputados.
Assim, a Califórnia, por exemplo, com cerca de 40 milhões de habitantes, tem direito a um voto, e Wyoming, com população de 590 mil, também.
Em discurso na noite de quinta, Trump mentiu e acusou autoridades eleitorais em estados governados pelos democratas de estarem fraudando as eleições, sem apresentar provas.
Na lógica do presidente e de seus apoiadores, um dos sinais de fraude é o fato de que a apuração preliminar chegou a sugerir sua vitória em diversos estados, até que os votos por correio começaram a ser contados.
Republicanos tendem a votar presencialmente, enquanto democratas recorrem ao correio. Não há nada de irregular ou de inesperado nessas mudanças em pontos percentuais -mas Trump diz que é um roubo.
O atual presidente fez uma campanha marcada por ataques à credibilidade do sistema eleitoral americano, e agora aciona a Justiça em diversos estados para tentar invalidar as cédulas enviadas por correspondência.
Na madrugada desta sexta, Trump voltou a usar as redes sociais para inflamar seu discurso de questionamento do pleito.
"Eu ganho facilmente a Presidência dos Estados Unidos com votos legais", escreveu o presidente no Twitter, embora seu adversário continue na liderança no cenário nacional. "Não foi permitido aos observadores, de forma alguma, a realização de seu trabalho e, portanto, os votos aceitos neste período devem ser considerados votos ilegais. A Suprema Corte dos EUA deve decidir!"
À semelhança do que foi feito com outras publicações do presidente que questionam o processo de apuração, o Twitter rapidamente sinalizou a postagem com um alerta de que as informações nela contidas "são contestáveis e podem ter informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou de outro processo cívico".
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