As bolsas da Europa fecharam com fortes altas nesta terça-feira (3), apoiadas por expectativas positivas quanto à vitória do candidato democrata, Joe Biden, nas eleições dos Estados Unidos. A chegada de Biden ao poder é vista como um indicativo de que é possível a aprovação de um novo pacote fiscal no país. O setor aéreo, frequentemente apontado como beneficiário de auxílios, teve importantes avanços. Por outro lado, a região observa os desdobramentos da covid-19.
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou alta de 2,34%, a 356,01 pontos.
"Os mercados parecem ter maior convicção agora de uma vitória de Biden e uma onda azul", aponta o BBH, sinalizando que a vitória do democrata dissolve uma incerteza que vem pairando sobre os mercados. A chamada "onda azul" democrata tem o potencial de levar o partido a uma maioria no Senado, para o qual também há eleição nsta terça, facilitando assim a aprovação de maiores estímulos fiscais.
O BBH lembra que após a eleição, "fica incerto o impacto do número crescente de casos de vírus e o impacto na atividade econômica global". As principais medidas de restrição foram adotadas na Europa durante a última semana, em quase todos os casos visando ter um cenário positivo para o Natal, no entanto, líderes deixaram em aberto a possibilidade da renovação de restrições em caso de contínuo aumento de casos.
Outra ameaça, o terrorismo, ganhou atenção após os ataques de na segunda-feira em Viena. O Reino Unido elevou seu estado de alerta para "severo". A Itália propôs um Patriot Act, inspirado no modelo americano, para a União Europeia, visando lidar com as ameaças, as maiores ao continente em meses.
O setor aéreo, que nos EUA já chegou a ser mencionado como potencial receptor de auxílios mesmo na ausência de um novo pacote fiscal, foi responsável por algumas das principais altas na Europa. Lufthansa (+5,49%), IAG (+3,57%), que controla Iberia e British Airways, Easyjet (+3,79%), AirFrance-KLM (+6,44%) impulsionaram as bolsas em Frankfurt, Londres e Paris.
Outro setor com alta em virtude do otimismo com a economia global foi o de petróleo, com a commodity avançando perto dos 3% em Londres e Nova York. As ações de petrolíferas no continente seguiram a tendência, e BP (2,31%), Royal Dutch Shell (1,24%) em Londres, Total (2,42%), em Paris, Repsol (2,64%), em Madri, Eni (2,39%), em Milão, tiveram altas relevantes.
Lisboa teve o avanço mais contido dentre as principais bolsas europeias, com alta de 0,76% do PSI 20, a 4.049,65 pontos. Dentre as quedas, destaque para a varejista Jerônimo Martins, com baixa de 1,01%, em meio a notícias sobre o pagamento, ou não, de dividendos pela companhia.
Entre os balanços, nesta terça a Ferrari divulgou seus resultados, e fechou o dia com alta de 7,06%. O avanço ajudou a impulsionar o FTSE MIB em Milão, que subiu 3,19%, a 18.986,24 pontos.
Em Frankfurt, a Bayer apresentou resultados, e suas ações fecharam em baixa de 0,81%. Na bolsa local, o DAX teve alta de 2,55%, a 12.088,98 pontos, terminando na máxima do dia.
Na Espanha, onde há intenso debate sobre novas medidas de restrição, o IBEX 35 em Madri fechou em alta de 2,52%, a 6 751,60 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 2,44%, a 4.805,61 pontos.
Em Londres, a forte valorização da libra, que torna os produtos britânicos mais caros para potenciais importadores, limitou os ganhos do FTSE, que teve alta de 2,33%, a 5.786,77 pontos.
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