As bolsas de Nova York fecharam em baixa, com investidores atentos a indicadores, a discursos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e também ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China. Com isso, mesmo um pregão positivo para a Boeing não impediu a queda dos índices acionários.
O índice Dow Jones registrou recuo de 0,41%, em 24.474,12 pontos, o Nasdaq caiu 0,97%, a 9.284,88 pontos, e o S&P 500 teve queda de 0,78%, a 2.948,51 pontos.
Ainda antes da abertura, os índices futuros caíam, mas reduziram o movimento após a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego que, apesar de continuarem a mostrar um quadro negativo no mercado de trabalho dos EUA, vieram em linha com a expectativa dos analistas.
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Pela manhã, os índices operaram um período no azul. Entre as ações em foco, Boeing chegou a subir mais de 7%, após a RBC Capital prever reação no preço do papel. Boeing fechou em alta de 4,26%, ajudando a reduzir as perdas do Dow Jones. Já nos setores de tecnologia e serviços de comunicação, Amazon recuou 2,05%, após o preço da ação chegar a bater recorde intraday, Alphabet caiu 0,17%, Microsoft fechou em baixa de 1,20%, enquanto Facebook foi na contramão da maioria e subiu 0,62%.
Entre os dirigentes do Fed, o presidente da distrital de Nova York, John Williams, previu "alguns meses de dificuldade pela frente", enquanto à tarde o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou a desaceleração "sem precedentes" na era moderna da economia americana, embora os dirigentes também tenham reafirmado seu papel para apoiar o quadro.
Na arena política, senadores dos EUA propuseram projeto para impor sanções contra autoridades da China por causa de Hong Kong - Pequim ameaça reforçar o controle sobre a ex-colônia britânica, que considera uma questão de política interna. Alguns analistas temem que as tensões recentes entre as potências atrapalhem a retomada do comércio global após a pandemia e também que a China possa se mostrar mais assertiva ante Washington em breve.
A Capital Economics destaca em relatório que as ações globais têm avançado nos dois últimos meses, mesmo em meio a dados muito ruins, argumentando que "a história sugere que o mercado acionário muitas vezes reage bem antes da economia".
Amparada em análises das 14 recessões dos EUA desde 1928, a consultoria afirma que na maioria dos casos as ações no país continuaram a obter grandes ganhos "mesmo nos estágios iniciais de uma recuperação econômica", com isso a Capital Economics acredita que o rali nas ações pode prosseguir.
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