O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) completou nesta terça-feira (17) dez dias sem reconhecer Joe Biden como presidente eleito dos Estados Unidos.
As principais emissoras dos Estados Unidos projetaram a vitória de Biden no sábado (7), quando ele tinha 273 votos no colégio eleitoral.
Na sexta (13), a vantagem do democrata sobre o republicano Donald Trump ficou ainda maior quando ele atingiu o respaldo de 306 delegados, ao conquistar o Arizona e a Geórgia.
Para chegar à Casa Branca, o candidato precisava obter ao menos 270 de 538 votos possíveis. Trump alcançou, segundo as projeções, 232 votos.
O republicano tem posto em xeque as projeções e, sem apresentar provas, dito que houve votos ilegais no pleito. Com o argumento, o atual presidente americano foi à Justiça e pediu a recontagem de votos em alguns estados.
No domingo (15), Trump pareceu ter reconhecido pela primeira vez que Biden venceu as eleições em um post nas redes sociais, mas voltou atrás horas depois.
"Ele ganhou porque a eleição foi fraudada", postou Trump no Twitter, sem se referir a Biden pelo nome. A rede social adicionou um aviso na postagem de que as alegações do atual presidente são duvidosas.
Cerca de uma hora depois, em um novo post, Trump voltou atrás, dizendo que "não reconhece nada" e que Biden só foi o vencedor para a "imprensa de fake news".
Segundo assessores diretos de Bolsonaro, o presidente só deverá reconhecer a vitória de Biden quando acabar a recontagem dos votos, houver a formalização da vitória do democrata ou se Trump admitir antes a derrota.
Na quinta-feira (12), Bolsonaro questionou a apoiadores, de forma irônica, se as eleições já haviam acabado nos EUA.
O Colégio Eleitoral se reúne no dia 14 de dezembro, quando deve ser formalizada a vitória de Biden.
Desde o dia em que foi declarado eleito, o democrata já recebeu o cumprimento da maioria dos líderes mundiais, entre os quais aliados de Trump, como os premiês de Reino Unido (Boris Johnson) e Israel (Binyamin Netanyahu).
Na sexta, a China parabenizou a chapa democrata pela vitória, ampliando o isolamento de Bolsonaro.
Diferentemente do mandatário, o vice-presidente Hamilton Mourão admitiu a vitória de Biden.
Mourão ressaltou, no entanto, que sua opinião sobre o caso era uma posição pessoal e que o reconhecimento do novo presidente dos EUA é responsabilidade de Bolsonaro.
"Como indivíduo, eu reconheço [os números da apuração da eleição americana], mas temos que olhar que eu não respondo pelo governo", disse. Depois, o vice-presidente voltou a afirmar que a ação de reconhecimento caberia a Bolsonaro e que isso "brevemente vai acontecer".
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