A votação do relatório da CPI da Covid foi assunto também em jornais internacionais. Na cobertura, as mídias norte-americana e europeia destacaram a postura negacionista de um dos maiores alvos da comissão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por desinformação sobre a Covid-19, recomendação de medicamentos ineficazes, declaração falsa ligando o imunizante à Aids e por promover aglomeração sem uso de máscara.
O canal britânico Sky News disse que Bolsonaro sabotou as medidas de contenção do coronavírus propostas pelos governadores.
"Ele constantemente recomendou remédio contra malária, mesmo depois de testes demonstrarem que não é eficaz contra a Covid-19. Ele mobilizou aglomerações sem usar máscara e incitou dúvidas sobre a vacina."
A CNN dos Estados Unidos ecoou críticas semelhantes e adicionou.
"Há muito tempo Bolsonaro minimizou a seriedade do coronavírus e falou ser necessário priorizar a saúde econômica do Brasil."
A agência francesa AFP comentou sobre as "várias vezes" em que o presidente brasileiro teve posts apagados nas redes sociais por "espalhar informações falsas e encorajar a população a violar políticas de distanciamento social".
O texto da AFP também citou a mentira de que a vacina contra o coronavírus levaria ao desenvolvimento de Aids, dada na live de Bolsonaro na última quinta-feira (21).
A reportagem publicada pela agência norte-americana AP apontou as vezes em que o presidente recomendou medicamentos ineficazes.
"Bolsonaro se defendeu dizendo que ele estava entre os poucos líderes mundiais corajosos o suficiente para desafiar o politicamente correto e recomendações mundiais de saúde."
Já a britânica BBC destacou quando, no meio de uma das piores ondas da Covid-19, Bolsonaro pediu para os brasileiros pararem de reclamar da doença.
"Para muitos, é tarde demais. As famílias dos mortos vão querer saber para onde esse relatório vai levar."
O texto do canal também reforçou que a postura do presidente não mudou ao longo da pandemia. "Ele continuamente espalha notícias falsas nas redes sociais", disse, ao citar a declaração ligando o imunizante à Aids e a consequente remoção do vídeo pelo Facebook.
Ontem à noite, a CPI da Covid aprovou, por 7 votos a 4, o texto final do relator Renan Calheiros (MDB), que sugere o indiciamento de 78 pessoas, entre elas o presidente da República.
Contra Bolsonaro há alegações que apontam o cometimento de dez crimes.
Veja quais são: epidemia com resultado morte; infração de medida sanitária preventiva; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos; crime de responsabilidade devido à "violação de direito social"; crime de responsabilidade devido à "incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo.
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