O governo brasileiro busca vaga em voos humanitários para resgatar dois cidadãos que estão no Afeganistão e pediram apoio para deixar o país após a tomada do poder pelo Talibã.
A gestão para a retirada dos brasileiros está sendo feita pelo Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com interlocutores, que falaram sob condição de anonimato, seis brasileiros fizeram contato com a área consular do Itamaraty e disseram estar no Afeganistão. Desse total, dois pediram ajuda para deixar o país.
O grupo é composto majoritariamente por pessoas que têm vínculos familiares no Afeganistão e que não chegaram à região recentemente.
A conquista do poder local pelo Talibã, consolidada com a tomada da capital, Cabul, no domingo (15), gerou cenas de caos, com EUA e outros governos ocidentais correndo para repatriar diplomatas e cidadãos.
Milhares de afegãos que colaboraram com essas nações e temem o novo regime do grupo fundamentalista também se amontoaram no aeroporto em busca de sair do país — em episódios que resultaram em mortos e feridos.
Na segunda (16), o governo Jair Bolsonaro havia divulgado uma nota na qual expressou "profunda preocupação com a deterioração da situação no Afeganistão e as graves violações dos direitos humanos" em razão da conquista de poder pelo Talibã.
No comunicado, a pasta informou que não tinha registro de brasileiros morando ou em trânsito no Afeganistão. O Brasil não tem embaixada no país hoje. A missão diplomática responsável por tratar de temas relacionados ao Afeganistão é a de Islamabad (Paquistão).
Nesta quinta (19), a Folha mostrou que o Brasil facilitou o processo de pedido de refúgio para afegãos que queiram vir ao país fugindo do grupo fundamentalista e estuda conceder visto humanitário para pessoas dessa nacionalidade, a exemplo do que fez com os sírios que fogem da guerra civil.
Hoje, são poucos os refugiados afegãos em território brasileiro: 162 já reconhecidos e 49 processos em andamento, segundo dados atualizados do Ministério da Justiça. Espera-se agora um aumento no número de pessoas que saem do Afeganistão, e o Brasil pode ser uma opção a algumas delas, especialmente às que já têm familiares ou conhecidos por aqui.
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