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Brasil ultrapassa EUA na média móvel de mortes por Covid-19

Brasil ultrapassa EUA na média móvel de mortes por Covid-19

Os Estados Unidos são o país com mais mortes desde o começo da crise, há um ano: 536 mil, contra 279 mil do Brasil, que ocupa o segundo lugar

Publicado em 16 de março de 2021 às 19:21- Atualizado há 4 anos

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Coronavírus já foi responsável por mais de 220 mil mortes no Brasil
Coronavírus já foi responsável por mais de 280 mil mortes no Brasil. (Pixabay)

Os EUA começaram 2021 com uma piora nos casos e mortes pela Covid-19. À época, o Brasil também vivia um momento ruim, mas com números menores. Cerca de cem dias depois, a situação se inverteu.

Os EUA registram menos de metade das mortes diárias que tinham em janeiro, enquanto o Brasil está perto de triplicar o total de vítimas. Em meados de janeiro, os EUA atingiram seu pior momento da crise. A média semanal de mortes por Covid-19 chegou a 3.422 por dia. No entanto, depois disso, a cifra de óbitos entrou em queda praticamente constante, tendência que segue até hoje.

Já o Brasil começou o ano na faixa de 700 mortes diárias. Esse índice superou a marca de 1.000 óbitos na segunda semana de janeiro e se manteve estável até o começo de março, quando voltou a subir com força rumo aos 1.800 óbitos diários, ultrapassando os EUA, que hoje registram média de 1.300 mortes diárias.

Os Estados Unidos são o país com mais mortes desde o começo da crise, há um ano: 536 mil, contra 279 mil do Brasil, que ocupa o segundo lugar. Em janeiro, os EUA tiveram uma troca de presidente: saiu Donald Trump, que minimizava a pandemia e desestimulou medidas com eficácia comprovada, como o uso de máscaras, para dar lugar a Joe Biden. Desde então, o democrata vem cumprindo as promessas de ouvir especialistas, impor distanciamento social e estimular a adoção das proteções faciais.

Além disso, os EUA aceleraram a campanha de vacinação. Trump, apesar do negacionismo, mas mirando as eleições de 2020, levou o governo americano a acelerar o desenvolvimento de imunizantes.

Biden colocou como meta tornar mais rápida a aplicação das doses e prometeu vacinar 100 milhões de americanos nos cem primeiros dias de governo. Com uma média de 2 milhões de aplicações por dia, o líder democrata deve atingir a meta antes de completar 60 dias no cargo.

Apesar da troca de governo, Antonhy Fauci, considerado o principal infectologista dos EUA, seguiu na força-tarefa de combate à Covid da Casa Branca e ganhou mais autonomia. No dia seguinte à posse de Biden, ele não escondeu a alegria de não ter mais de desmentir as falas de Trump. "O lado bom dessa gestão é que se você não sabe a resposta, você não tenta adivinhar. Você só diz que não sabe", comentou.

Em janeiro, o Brasil testemunhou cenas de colapso hospitalar em Manaus, com pacientes morrendo por falta de oxigênio. No mesmo mês, o país começou a campanha de vacinação, marcada pela briga entre o governo de São Paulo e a gestão Bolsonaro e pela falta de doses. Em dois meses, a vacinação atingiu cerca de 6% dos brasileiros, e a chegada de lotes para os próximos meses não tem cronograma preciso.

Hoje, o Brasil vive seu pior momento da pandemia e vê estados e cidades anunciarem lockdowns e mais restrições para tentar reduzir o contágio. Houve uma nova troca no Ministério da Saúde -a quarta desde o começo da crise-, mas a expectativa é a de que pouco mude na estratégia federal de combate à doença.

O governo de Jair Bolsonaro mantém a postura contrária a medidas de restrição para conter o avanço da doença. Com a disparada de mortes e a falta de perspectivas de melhora na economia, o presidente e seus aliados começaram a apoiar a vacinação. Nos EUA, o clima é de mais otimismo. Biden espera liberar a imunização para todos os adultos a partir de maio e diz que há chances de que, no feriado de 4 de julho, os americanos poderão se reunir, em pequenos grupos, para celebrar o Dia da Independência.

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