Uma capixaba de 30 anos ficou presa em Londres por três dias depois que uma nova mutação do coronavírus foi descoberta no Reino Unido e todos os voos que saíam do país com destino à Irlanda - onde ela mora - foram cancelados. As fronteiras com a Inglaterra foram fechadas no domingo (20), um dia depois de Singrid Poncio e o namorado chegarem à Londres para resolver pendências da cidadania italiana.
Singrid conta que a ideia do casal era passar apenas um final de semana em Londres e retornar para casa - na Irlanda - na segunda-feira, (21). Mas no domingo a companhia aérea cancelou o voo de volta por ordem do governo irlandês.
"Fomos à Londres por apenas um final de semana para fazer nosso visto, pois somos cidadãos italianos. Iríamos retornar na segunda, dia 21, bem cedo. No domingo, por volta de 20h30, saiu a matéria nos jornais que a Irlanda e os outros países estavam fechando suas fronteiras para qualquer pessoa que tentasse entrar pelo Reino Unido. Passaram duas horas e a companhia aérea mandou e-mail cancelando o voo. Entramos em desespero, pois não tínhamos ido preparados para ficar mais dias", lembra.
No sábado (19), o governo britânico divulgou que uma nova cepa do coronavírus estava se espalhando rapidamente pelo país e que ela era até 70% mais contagiosa. Depois disso, mais de 40 países decidiram barrar viajantes vindos do território britânico. O Brasil barrou as viagens para o pais apenas nesta quinta-feira (24).
Natural de Vila Velha, a capixaba vive na Europa há cerca de quatro anos. Singrid morou na França por dois anos, veio ao Brasil no ano passado e retornou para a Europa no começo deste ano. Em fevereiro, no começo da pandemia, ela se mudou com o namorado - que também é brasileiro - para a Irlanda.
Com as fronteiras fechadas, o casal travou uma verdadeira batalha para conseguir voltar para casa. Singrid fez contato com várias embaixadas, mandou e-mail para o Ministério do Exterior Irlandês e chegou a comprar passagem de outra companhia aérea - voo que também foi cancelado -, tudo em vão.
"Somente conseguimos voltar quando mandei e-mail para a Embaixada Irlandesa de Londres e para Embaixada Italiana em Londres. A Embaixada Italiana de Londres nos forneceu um formulário para preencher e nos ajudar financeiramente e a Embaixada Irlandesa de Londres nos colocou em um voo de repatriação na quarta feira, dia 23, às 22h30, mas tivemos que pagar 95 euros por pessoa para conseguir", conta.
A capixaba conta que o coronavírus tem avançado também na Europa e que a Irlanda entrou em novo lockdown.
"Está crescendo novamente, cada vez mais. As pessoas não respeitam as regras que são necessárias, os pubs (bares) estavam abertos até ontem (quarta) e lotados. Nos comércios, são filas e filas para compras de Natal, porém a partir de hoje (quinta) entramos em novo lockdown, sendo fechado tudo, exceto as escolas".
Apesar de tudo isso, ela comemora o fato de estar em casa: "Nada como o nosso lar".
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