O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disse a Stephen Hahn, o comissário da Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, em inglês) que apresentasse sua renúncia se a agência não aprovar a primeira vacina contra o coronavírus do país, da Pfizer, até o final desta sexta-feira (11), segundo o jornal Washington Post. O jornal citou pessoas a par da situação que falaram sob condição de anonimato por não estarem autorizados a discutir o ocorrido.
A ameaça veio no mesmo dia em que o presidente Donald Trump tuitou que a FDA é "uma tartaruga grande, velha e lenta" no manuseio de vacinas, enquanto exortava Hahn a "lançar as benditas vacinas AGORA". Ele acrescentou: "Pare de jogar e comece a salvar vidas!!!"
Um funcionário da Casa Branca se recusou a comentar, dizendo "nós não comentamos sobre conversas privadas, mas o chefe regularmente solicita atualizações sobre o progresso em direção a uma vacina".
O aviso de Trump levou a FDA a acelerar seu cronograma de liberação de uma autorização de emergência da primeira vacina dos EUA de sábado de manhã para até esta sexta-feira à noite, segundo estimou a agência. O objetivo é enviá-la ainda na noite de sexta após longo planejamento.
Na quinta-feira, uma comissão de conselheiros externos da FDA votou majoritariamente a favor do uso emergencial da vacina, abrindo caminho para a agência autorizar o medicamento para um país que já perdeu mais de 285 mil vidas para a covid-19.
A Pfizer pediu que a vacina de duas doses, desenvolvida com a parceira alemã BioNTech, seja aprovada para pessoas de 16 a 85 anos. A agência também notificou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a Operação Warp Speed para que estes possam executar seus planos para uma distribuição oportuna da vacina.
A vacina, que se mostrou 95% eficaz para prevenir a doença em um teste de estágio avançado, foi aprovada no início do mês pelo Reino Unido, cuja população começou a ser inoculada na terça-feira.
Um dia antes de o painel da FDA endossar a vacina, os Estados Unidos estabeleceram outro recorde de mortes diárias de covid-19, quebrando a marca de 3 mil.
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