Em uma ação histórica, o governo chinês elaborou novas diretrizes para reclassificar cães como animais de estimação e sinalizou que eles não serão mais considerados animais para consumo.
A medida, como parte de uma resposta pós-pandemia de coronavírus, foi comemorada por entidades de defesa animal. "Esta proposta pode sinalizar um divisor de águas para a proteção dos animais na China", disse Wendy Higgins, porta-voz da Humane Society International.
Ao informar sobre a mudança, o Ministério da Agricultura citou o progresso da civilização humana, a preocupação pública e o amor pela proteção dos animais. "Os cães foram - especializados - para se tornarem animais de companhia, e internacionalmente não são considerados animais para consumo, e não serão regulamentados como animais para consumo na China", disse a pasta, segundo Reuters.
O projeto foi aberto na última quarta (8) para consulta pública e listou 18 espécies tradicionais de animais para consumo, incluindo gado, porcos, aves e camelos. Também adicionou 13 espécies "especiais" que também estariam isentas de restrições ao comércio de animais selvagens, como renas, faisões, avestruzes e raposas, de acordo com a agência de notícias. A população pode opinar até 8 de maio. Depois, se aprovado, pode virar lei em todo o país.
A carne de cachorro é uma tradicional iguaria em diversas regiões da Ásia, embora grande parte da população não tenha esse hábito, que tem perdido força também entre os mais jovens.
Ainda assim, a Humane Society International estima que cerca de 10 milhões de cães ainda são mortos todos os anos na China para que sua carne seja consumida. A cidade de Yulin, na região de Guangxi, realiza anualmente um festival com essa finalidade.
Cientistas suspeitam que o novo coronavírus tenha passado para seres humanos a partir de animais. Algumas das primeiras infecções foram descobertas em pessoas expostas a um mercado de animais silvestres na cidade de Wuhan.
Após a epidemia, autoridades chinesas proibiram a criação, o comércio e o consumo de animais selvagens. Recentemente, cidade de Shenzhen, no sul, foi a primeira a proibir o consumo de cães e gatos.
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