O governo da China vai adotar medidas adicionais numa tentativa de aliviar o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus, dentro de uma estratégia que terá como foco expandir a demanda doméstica.
O plano de Pequim é impulsionar os investimentos efetivos e estimular o consumo, segundo Mao Shengyong, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês) que falou durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17).
Dados oficiais mostraram que a China apresentou sua primeira contração trimestral no Produto Interno Bruto (PIB) desde pelo menos 1992, quando o indicador passou a ser divulgado regularmente. Entre janeiro e março, a segunda maior economia do mundo encolheu 6,8% ante o mesmo período do ano passado, como resultado dos efeitos adversos do coronavírus, que teve origem na cidade chinesa de Wuhan.
Mao tentou minimizar preocupações geradas pela acentuada contração e disse que "simplesmente não se pode comparar" os números do primeiro trimestre com os de anos normais, embora tenha admitido que vai ser difícil a China crescer de forma sustentável à medida que o cenário global se deteriora.
O porta-voz também reiterou a disposição do governo de ajudar pequenas e médias empresas - consideradas pilares do emprego - a superar a crise sanitária causada pelo coronavírus.
Mao também comentou que a China não registrou cortes de empregos em massa durante a pandemia. Alguns analistas, porém, dizem que as taxas oficiais de desemprego podem não refletir com precisão o atual quadro do mercado de trabalho.
Ainda de acordo com o porta-voz, a economia da China teve notável melhora em março, como sugerem alguns indicadores, incluindo o de consumo de eletricidade e vendas de escavadoras. Mao ressaltou que a tendência positiva deverá se manter em abril e no restante do segundo trimestre.
Apesar do momento desafiador, o potencial de crescimento da China no longo prazo não mudou e a atividade econômica provavelmente se recuperará, uma vez que a demanda doméstica está reprimida. "Minha visão é que neste ano e no próximo, o crescimento médio deverá ficar acima de 5%", disse Mao.
O porta-voz não soube dizer se o governo chinês vai desistir de estabelecer uma meta de crescimento para 2020.
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