O comandante da polícia boliviana, Yuri Calderón, nomeado pelo governo de Evo Morales, que renunciou no domingo (10), também renunciou nesta segunda-feira (11). Por ora, a polícia será comandada por uma junta interina, que, segundo comunicado divulgado no começo da tarde, "tem a prioridade de retomar a calma no país".
No começo da tarde, os cidadãos de El Alto, cidade vizinha à capital, reuniram-se em vigílias em torno de fogueiras e começavam a se concentrar para uma marcha. Não há relatos oficiais de feridos a tiros, embora o presidente Evo Morales tenha feito um post sobre isso nas redes sociais.
"Como em outubro de 2003, Carlos Mesa inaugura seu golpe de Estado com repressão para causar mortos e feridos en La Paz e e El Alto", escreveu no Twitter.
A carta de renúncia de Evo Morales chegou à Assembleia Nacional às 13h (14h em Brasília), segundo informou o deputado Wilson Santamaría.
Há expectativa de que a Assembleia Nacional dê sequência ao processo. É preciso agora validar quem será o novo presidente e definir os próximos passos para a sucessão. Por enquanto, o país segue acéfalo.
Em declarações à imprensa, o rival de Morales nas eleições, Carlos Mesa, disse que o país precisa de "uma saída democrática" e pediu que os manifestantes reunidos nas imediações da Assembleia Nacional e da Casa de Governo não impeçam os parlamentares do MAS (Movimento ao Socialismo) de circularem e terem acesso ao voto.
"Se eles não participarem, se fortalece a narrativa de golpe de Estado, que é mentirosa, e queremos fazer as coisas de modo democrático e constitucional", afirmou Mesa.
A segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Añez, que será a sucessora, caso seja respeitada a Constituição, declarou que está pronta a assumir o país e a convocar novas eleições.
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