A capixaba Patrícia Helmer, vive há seis anos na Itália. Nos últimos quatro, ela trabalha como auxiliar de enfermagem na cidade de Milão. De uma unidade de saúde, ela acompanha todo o drama vivido no país nessas semanas, a Itália apresenta uma escalada no número de mortos pelo novo coronavírus. Só nesta sexta-feira (20), o país registrou mais 627 mortes pelo vírus, a maior alta diária desde o início da pandemia. Com isso, o número de vítimas de Covid-19 chegou a 4.032.
No trabalho eu vejo o medo no rosto das pessoas. O dia todo eu ouço um pedido para que não as deixe morrer. Isso é muito triste para gente. Tantas mortes poderiam ter sido evitados, se as pessoas se conscientizarem que não é uma simples gripe., lamentou, Patrícia, que é natural de Linhares, no Norte do Espírito Santo.
A auxiliar de enfermagem relatou ainda que devido ao grande número de mortes que acontecem diariamente no país, as famílias estão com dificuldades até para conseguir saber onde os corpos de seus familiares são levados.
Nesta semana, os caminhões do exército passaram com mais de 60 corpos, sendo levados para fora de Milão. O cemitério não cabe mais corpos, e o crematório, mesmo trabalhando durante 24 horas não conseguem fazer o trabalho. Os corpos são levados para fora da cidade, as pessoas estão morrendo e os parentes não sabem nem para onde eles estão indo, explicou a capixaba.
Por ser uma profissional da saúde, a auxiliar de enfermagem é uma das únicas que ainda trabalha no país. Ela conta que nas ruas da cidade a sensação é de vazio, e com dificuldade para fazer algumas tarefas básicas .
Quem não está trabalhando só pode sair nas ruas para fazer alguma atividade de necessidade. Só os comércios essenciais estão abertos. Se você for para fora de casa, paga multa e pode até ser preso, contou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta