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CrowdStrike: falha no sistema da Microsoft gerou apagão cibernético

CrowdStrike: falha no sistema da Microsoft gerou apagão cibernético

A crise na estrutura digital teve como causa uma atualização defeituosa do provedor de cibersegurança CrowdStrike, que atende a Microsoft, segundo nota do gigante da tecnologia

Publicado em 19 de julho de 2024 às 09:44

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SÃO PAULO - Milhares de computadores com Windows apresentaram a temida tela azul que indica falha de sistema ao serem inicializadas na madrugada desta sexta-feira (19). A pane generalizada afetou bancos, companhias aéreas, emissoras de TV, supermercados e muitos outros negócios em todo o mundo. No Brasil, os primeiros relatos têm a ver com instabilidades em instituições financeiras

Até as 8h20 desta sexta, não havia registros de a cancelamentos nos aeroportos de São Paulo nem relatos de atrasos ou problemas com companhias aéreas nas redes sociais.

A crise na estrutura digital teve como causa uma atualização defeituosa do provedor de cibersegurança CrowdStrike, que atende a Microsoft, segundo nota do gigante da tecnologia. O erro deixa os PCs e servidores afetados desconectados, o que força as máquinas a um loop de inicialização de recuperação, impedindo que as máquinas iniciem corretamente.

O serviço da CrowdStrike é utilizado por muitas empresas ao redor do mundo para gerenciar a segurança de computadores e servidores com Windows, e tem ganhado ainda mais espaço com a proibição da empresa russa Kaspersky de atuar nos Estados Unidos, por receio do Casa Branca de espionagem do Kremlim.

Fachada da Microsoft
Fachada da Microsoft. (divulgação)

Em nota enviada à reportagem, a CrowdStrike afirma que os clientes que trabalham com Mac e Linux não foram afetados afetados e que o incidente não foi causado por um ataque cibernético. "O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada. Indicamos aos clientes o portal de suporte para obter as atualizações mais recentes."

Como as versões mais recentes do Windows são adotadas em 95% dos computadores do mundo, outras empresas de nuvem como a Amazon Web Services (AWS) também relataram falhas de serviço durante esta madrugada.

Em paralelo, a Microsoft também divulgou uma falha no pacote Microsoft 365, que hospeda versões digitais de Word, Excel, PowerBI e Powerpoint. O problema teria sido solucionado, segundo nota da big tech.

Até as 8h desta sexta, não havia relatos de voos afetados no Brasil, mas clientes de bancos como Banco do Brasil, Bradesco, Banco Pan, Neon e Next relatavam instabilidade. Não havia ainda confirmação de que as falhas estivessem relacionadas com o apagão cibernético.

As principais companhias aéreas dos EUA interromperam voos nesta sexta-feira (19) citando problemas de comunicação, enquanto outras transportadoras, empresas de mídia, bancos e firmas de telecomunicações ao redor do mundo também relataram falhas de sistema que interromperam suas operações.

American Airlines, Delta Airlines, United Airlines e Allegiant Air suspenderam voos menos de uma hora depois que a Microsoft anunciou ter resolvido uma falha em seus serviços de nuvem que impactou várias companhias aéreas de baixo custo.

O maior operador ferroviário do Reino Unido anunciou que foi afetado por problemas informáticos "de grande escala", que podem causar cancelamentos de última hora.

"Estamos enfrentando problemas informáticos de grande escala em toda a nossa rede", escreveram as quatro companhias ferroviárias do grupo Govia Thameslink Railway na rede social X.

O aeroporto internacional de Berlim suspendeu seus voos devido a um "problema técnico", indicou uma porta-voz do aeródromo alemão à AFP.

"Há atrasos no check-in e os voos tiveram que ser cancelados até as 10h (8h GMT)", declarou a porta-voz, que acrescentou que por enquanto não podia precisar quando o tráfego seria retomado.

Na Austrália, empresas de mídia, bancos e telecomunicações sofreram interrupções.

A companhia aérea holandesa KLM anunciou que suspendeu a maior parte de suas operações devido à falha informática global.

"KLM, assim como outras companhias aéreas e aeroportos, também foi afetada pela falha informática global, tornando impossível gerenciar os voos", indicou a empresa em um comunicado, no qual acrescentou que se vê "obrigada a suspender a maior parte das operações".

Na Suíça, o aeroporto de Zurique, o maior do país, também suspendeu os pousos.

O site colaborativo Downdetector mostrou interrupções em vários bancos e empresas de telecomunicações.

O apagão cibernético também afetou hospitais nos Países Baixos e a Bolsa de Valores de Londres.

A programação do canal britânico Sky News foi interrompida. Na Austrália, o canal nacional ABC anunciou que seus sistemas foram afetados por uma falha "grave".

A empresa australiana de telecomunicações Telstra indicou que os cortes foram provocados por "problemas globais" que afetaram o software fornecido pela Microsoft e pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike.

A falha global "perturba as operações informáticas" de Paris-2024, admitiu o comitê de organização dos Jogos Olímpicos, que serão abertos dentro de uma semana na capital francesa.

"Paris-2024 foi informado de problemas técnicos mundiais que afetam os programas da Microsoft. Esses problemas perturbam as operações informáticas ", disse o comitê em um comunicado.

Não havia informações que sugerissem que a interrupção fosse um incidente de segurança cibernética, disse o escritório da Coordenadora Nacional de Segurança Cibernética da Austrália, Michelle McGuinness, em uma postagem no X.

As interrupções se espalharam amplamente, com a Espanha relatando um "incidente de computador" em todos os seus aeroportos, enquanto a Ryanair, a maior companhia aérea da Europa em número de passageiros, alertou os passageiros sobre possíveis interrupções que, segundo ela, afetariam "todas as companhias aéreas operando na rede", embora não especificasse a natureza das interrupções.

O provedor de serviços em nuvem AWS disse em um comunicado que estava "investigando relatos de problemas de conectividade com instâncias Windows EC2 e Workspaces dentro da AWS."

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