Países como Reino Unido, Estados Unidos, Israel e Rússia estão com atenção redobrada para a Delta Plus, variante do Sars-Cov-2 (coronavírus) que surgiu a partir da cepa Delta. Conhecida cientificamente como AY.4.2, essa mutação não foi listada ainda como "variante de preocupação" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), isto é, no momento não há motivo para alarde. Mesmo assim, as autoridades sanitárias da Europa e EUA monitoram de perto o aumento de casos de Covid-19 com essa variante.
Entre os britânicos, a Delta é a variante dominante. Contudo, os dados mais recentes mostram que apenas 6% dos casos sequenciados geneticamente são do AY.4.2 ou Delta Plus, detectada pela primeira vez no país em julho deste ano.
Já nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informou na quarta-feira (20) que a Delta Plus ainda é muito rara e representa menos de 0,05% dos vírus sequenciados, com menos de 10 casos reportados. Mesmo com poucas ocorrências, a autoridade americana afirma que está fazendo o monitoramento da nova variante, já que apresenta duas mutações na proteína spike. Essa proteína liga o vírus às células humanas iniciando a infecção e proporcionando, segundo especialistas, mais possibilidade de sobrevivência ao vírus.
Em Israel, o primeiro caso notificado da AY.4.2 foi na última terça-feira (19). Enquanto isso, na Rússia, que enfrenta a pior fase da pandemia até então, detectou casos da nova cepa na quinta (21).
Além desses países, de acordo com dados do portal outbreak.info, que é responsável por coletar estatísticas globais de Covid, há outros 40 que possuem a nova variante. O Brasil não é um deles.
Há milhares de variantes de covid em todo o mundo, e a AY.4.2 ou Delta Plus é uma das mais novas cepas reconhecidas por autoridades de saúde.
A mutação ocorreu a partir da variante Delta. Essa variante, originada na Índia, foi classificada como cepa de preocupação em maio desse ano no Reino Unido, tornando-se, assim, o tipo dominante de Covid em circulação no país.
A Delta Plus só apareceu em julho. Desde então, essa sublinhagem de Delta tem aumentado os números de casos, mas de forma lenta e sem causar tanta preocupação.
Especialistas em entrevista à Agência Reuters acreditam que a AY.4.2 pode ser mais contagiosa. Inclusive, cerca de 10% mais infecciosa até que a variante original. Apesar disso, não é motivo de alarde.
"As vacinas são eficazes o suficiente contra essa versão do vírus, que não é tão diferente a ponto de mudar drasticamente a capacidade de se ligar a anticorpos", afirmou o pesquisador Kamil Khafizov em entrevista à Reuters.
Enquanto isso, o imunologista russo Nikolay Kryuchkov alertou à agência Reuters que a Delta e as subvariantes podem se adpatar às vacinas, principalmente em lugares que as taxas de vacinação estão abaixo de 50%. “Mas me parece que um salto de evolução não vai acontecer, porque o coronavírus, como qualquer organismo, tem um limite evolutivo, e o salto evolutivo já aconteceu”, ponderou o especialista.
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