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Dicionário Oxford elege "vax", neologismo para vacina, a palavra do ano

Dicionário Oxford elege "vax", neologismo para vacina, a palavra do ano

A escolha deve "refletir o ethos, o estado de espírito e as preocupações" do ano e ter "o potencial para ser um termo com significado cultural duradouro"

Publicado em 1 de novembro de 2021 às 19:55

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 GERAL - BRASILIA, COVID-19, VACINAÇÃO DRIVE-THRU CORONAVAC -Profissional de saúde nesta quinta-feira, 18 de março, prepara uma dose da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, antes de aplicar em idoso em um drive-thru. 18/03/2021
O uso de palavras relacionadas a vacinas explodiu em 2021 devido à pandemia de Covid-19. (MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

"Vax", neologismo para vacina, foi escolhida a palavra do ano pelos lexicógrafos do dicionário Oxford de língua inglesa. A "palavra do ano" é escolhida com base em um banco de 14,5 bilhões de palavras continuamente atualizado e ampliado e recolhido de fontes de notícias em língua inglesa.

A escolha deve "refletir o ethos, o estado de espírito e as preocupações" do ano e ter "o potencial para ser um termo com significado cultural duradouro". Em setembro, "vax" surgiu 72 vezes mais do que em 2020.

O uso de palavras relacionadas a vacinas explodiu em 2021 devido à pandemia de Covid-19, com destaque para "double-vaxxed"(com duas doses da vacina), "unvaxxed" (não vacinado) e "anti-vaxxer"(antivacina).

Em 2020, o Oxford decidiu não escolher uma única palavra e destacou várias, além da influência abrupta da pandemia na linguagem de forma ampla. Por isso, foram eleitas, entre outras, "Covid-19", "WFH" (working from home, ou trabalhando de casa) e "lockdown", palavra que também foi escolhida pelo dicionário Collins como palavra do ano. Em 2013, o Oxford selecionou a palavra "selfie"; em 2016, "post-truth"(pós-verdade); em 2019, "climatic emergency" (emergência climática).

"A palavra 'vax', mais do que qualquer outra, injetou-se na corrente sanguínea da língua inglesa em 2021", afirmou o Oxford, em um comunicado cheio de trocadilhos. "Vacina" foi registrada pela primeira vez na língua inglesa em 1799, depois de o cientista inglês Edward Jenner realizar experiências com inoculações contra a varíola. Nos primeiros registros, a palavra, derivada do latim vacca, era usada para se referir tanto à doença quanto ao material extraído das bolhas causadas pela varíola e injetado em humanos.

Apenas décadas depois, segundo o Oxford, é que passou a ser usada para indicar inoculações contra doenças. A forma encurtada, "vax", só surgiu nos anos 1980, ainda que "anti-vax" tenha surgido antes.

Alguns termos ligados a "vax" indicam as controvérsias que cercam os imunizantes. "Vaxxident" (acidente de trânsito devido a supostos efeitos de vacinas), por exemplo, só foi registrado em sites anti-vacinas.

Uma novidade deste ano é que, pela primeira vez, o relatório do Oxford analisou o vocabulário ligado à palavra escolhida em nove outros idiomas. Muitas línguas, como francês e russo, usam uma versão da palavra em inglês. Já em espanhol, a palavra usada para vacina é "vacuna", flexão feminina do adjetivo "vacuno", bovino. Em urdu, vacina é "teeka", que se refere a injeções de todos os tipos.

Segundo a editora sênior do relatório, Fiona McPherson, "vax" foi uma escolha óbvia, porque foi a palavra com "o maior impacto". "Embora a palavra exista desde os anos 1980, ela raramente era usada", disse.

O uso da palavra pandemia, por sua vez, aumentou mais de 57.000% este ano.

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