O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta sexta-feira (3) que "diplomacia não significa ficar em cima do muro" e que os diplomatas precisam ter "sangue nas veias."
O chanceler fez um discurso na cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, a escola de formação dos diplomatas.
Em sua fala, Araújo fez uma defesa enfática da política externa do governo Jair Bolsonaro.
"Basta a consciência dessa turma [de diplomatas] de que a diplomacia não significa ficar em cima do muro, não significa ficar assistindo aos grandes embates da humanidade esperando para aderir ao vencedor", declarou.
"Diplomacia precisa ter sangue nas veias, e com a Aracy [de Carvalho Guimarães Rosa, patrona da turma que se formou nesta sexta-feira] quero homenagear todos os combatentes da liberdade e os que sofrem perseguição, na Venezuela e em outras partes do mundo.
Todos os anos, os formandos do Instituto Rio Branco escolhem um patrono. Em 2019, eles homenagearam Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, que protegeu judeus na Alemanha nazista e aprovou seus pedidos de visto ao Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
Araújo disse que a política externa adotada em sua gestão "não recua diante de críticas" e defendeu as pressões adotadas pelo Brasil para forçar a saída do ditador Nicolás Maduro do governo da Venezuela.
"O mundo todo tem os olhos na Venezuela porque lá há o combate entre democracia e opressão", disse o chanceler.
"É muito triste ver pessoas no Brasil torcendo pela tirania apenas para ver o governo [Bolsonaro] se dar mal", acrescentou.
Ernesto Araújo também disse que Bolsonaro é o presidente que "mais valorizou o Itamaraty". "Nenhum presidente da República valorizou mais o papel do Itamaraty do que o senhor. Nenhum presidente teve uma visão mais clara do que a sua, executada pelo Itamaraty num projeto de grande transformação nacional."
Ao final do seu discurso, Araújo usou uma passagem bíblica para dizer que Bolsonaro se tornou "a pedra angular do novo Brasil."
"A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular do edifício. A pedra que a imprensa rejeitou e que os intelectuais rejeitaram; que os artistas rejeitaram e que os autoproclamados especialistas rejeitaram, ela tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício do novo Brasil", declarou.
"Nós do Itamaraty estamos prontos para, a partir da sua orientação e com base na pedra angular, rejeitada por tantos, mas escolhida pelo povo, ajudá-lo a construir esse novo Brasil", concluiu.
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