Em um feito inédito na história, uma nave espacial "tocou" o Sol. A sonda Parker Solar Probe voou pela camada atmosférica solar, chamada corona. O anúncio foi feito na última terça-feira (14) pela Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos). Segundo informações da agência, a sonda conseguiu coletar informações inéditas sobre a estrela e futuras descobertas são esperadas.
"Parker Solar Probe 'tocando o Sol' é um momento monumental para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável", afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missão Científica na sede da Nasa em Washington, a agência.
Zurbuchen também disse que o acontecimento "fornece insights mais profundos sobre a evolução do nosso sol e seus impactos em nosso sistema solar". Além disso, ele explicou que é possível aprender mais detalhes sobre estrelas de todo o universo e não somente do Sol.
A sonda foi lançada em 2018 com a intenção de investigar detalhes ainda desconhecidos sobre o Sol. Agora, a Parker chegou o mais perto já registrado por expedições espaciais e, mesmo que o voo tenha durado somente algumas horas, já foi possível observar fenômenos que antes eram impossíveis de serem constatados.
Uma descoberta, por exemplo, foi sobre a estrutura magnética dos ventos solares --fluxo de partículas que chegam a terra mesmo estando a 93 milhões de milhas de distância. Segundo a Nasa, em 2018, a Parker descobriu que essas estruturas em zigue-zague são abundantes perto do Sol. Naquele momento, no entanto, não foi possível evidenciar a origem delas. Agora, com a proximidade que a sonda atingiu, os cientistas perceberam que as estruturas têm origem na superfície solar.
Esse achado pode fazer com que, no futuro, seja possível entender outra questão sobre o Sol: por que a corona é muito mais aquecida em comparação a superfície solar mais profunda?
Além disso, os cientistas também esperam que, no futuro, seja possível descobrir como as estruturas magnéticas se formam --a nova descoberta só possibilitou afirmar a origem delas, mas não como funciona seu surgimento.
A expectativa é de que outros voos espaciais da Parker aconteçam em breve, possibilitando novas respostas. O próximo está previsto para janeiro de 2022, mas ainda não é certeza que a sonda conseguirá atingir a camada atmosférica do Sol.
"Estou animado para ver o que a Parker encontra conforme ela passa repetidamente pela corona nos próximos anos", disse Nicola Fox, diretor de divisão da Divisão de Heliofísica na sede da Nasa, a agência. "A oportunidade para novas descobertas é ilimitada."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta