Resistindo à pressão do presidente Donald Trump para atrasar o processo, o estado de Michigan certificou nesta segunda-feira (23) a vitória de Joe Biden. Com isso, o democrata leva os 16 delegados do estado no Colégio Eleitoral.
Após revisar um relatório feito pelo governo estadual, que mostrava Joe Biden com uma vantagem de 154 mil sobre Trump, o conselho responsável pela certificação - composto por dois democratas e dois republicanos - confirmou o resultado por 3 a 0.
Um dos dois republicanos, Norm Shrinkle, se absteve de votar. A outra, Monica Palmer, chegou a sugerir que os resultados oficiais deveriam excluir a cidade de Detroit, onde 79% dos habitantes são negros e o democrata venceu com 94% dos votos.
A certificação põe fim a mais um capítulo da batalha midiática, política e jurídica encabeçada por Trump e pelo Partido Republicano para impedir que a vitória de Joe Biden, anunciada no dia 7, seja consumada.
Na semana anterior, Trump tentou interferir em Michigan - onde havia ganho em 2016 - de forma explícita. Na sexta-feira (20), o presidente se reuniu na Casa Branca com congressistas republicanos do estado sem divulgar previamente o teor da conversa. Estavam lá o presidente do Senado estadual, Mike Shirkey, e o da Câmara estadual, Lee Chatfield, o senador estadual Tom Barrett e o representante estadual Jason Wentworth.
Tanto Shirkey como Chatfield já haviam dito que não iriam interferir na certificação, mas dias antes chegaram a criar um comitê bicameral para analisar supostas irregularidades na apuração, dando margem ao discurso conspiratório de Trump.
Barrett, por sua vez, é apoiador fervoroso do presidente e crítico da secretária de Estado de Michigan, a democrata Jocelyn Benson, responsável por coordenar a contagem local. Na semana que antecedeu a reunião, ele havia pedido que o processo fosse investigado antes da certificação, também sob o pretexto das supostas irregularidades.
Nos dias anteriores à reunião, Trump vinha tentando convencer legisladores dos estados onde Biden ganhou a indicar delegados para o Colégio Eleitoral que fossem favoráveis ao republicano. Dessa vez, optou por uma estratégia diferente: no sábado (21) o Comitê Nacional Republicano e o Partido Republicano de Michigan escreveram ao conselho eleitoral do estado pedindo um adiamento de 14 dias na certificação dos resultados da eleição para permitir uma auditoria.
A secretária de Estado de Michigan, Jocelyn Benson, respondeu dizendo que planejava uma auditoria pós-eleitoral. A justificativa que deu foi a lei estadual, que a proíbe de iniciar esse processo antes da certificação, uma vez que estado não pode obter acesso às urnas até a conclusão da tarefa.
Os próximos estados a certificarem seus resultados são Nevada, Pensilvânia, Arizona e Wisconsin.
No dia 14 de dezembro, os 538 delegados do Colégio Eleitoral se reúnem nas capitais estaduais e depositam votos nos candidatos vencedores em cada estado. Os certificados das votações nos estados devem chegar à capital, Washington, no dia 23 de dezembro. A posse está marcada para o dia 20 de janeiro.
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