A ministra do Interior do Equador, María Paula Romo, e o ministro da Saúde, Juan Carlos Zevallos, apresentaram nesta quinta-feira (23) uma cifra atualizada do número de infectados pelo novo coronavírus no país, que é o dobro da apresentada apenas horas antes.
Após revisar provas e somar casos que estavam subnotificados, explicou Romo, o número subiu para 22.160 infectados e 1.028 mortos.
A pandemia vem castigando duramente o país andino, tendo causado um colapso no sistema de saúde e funerário de Guayaquil, cidade costeira de 2,2 milhões de habitantes para a qual foi enviada uma força-tarefa do Exército para realizar enterros de mortos que demoraram a serem recolhidos.
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Romo também divulgou números relacionados a sanções aplicadas contra pessoas que violaram a quarentena e o toque de recolher - um total de 21.255 em todo o país.
Desde o primeiro caso registrado, em fim de fevereiro, o país aumentou sua capacidade de testagem. Os primeiros testes em outras cidades tiveram que ser enviados aos EUA, pois apenas na capital do país, Quito, havia condições de realizar o exame que detecta o vírus. De lá para cá, anunciou Romo, já foram feitos mais de 58 mil testes no Equador.
Ainda assim, como o surgimento da doença foi muito rápido, principalmente em Guayaquil, o governo da cidade admite que centenas de pessoas foram enterradas sem serem testadas.
A lotação dos hospitais e necrotérios na segunda cidade mais importante do Equador obrigou pessoas a tirarem os corpos de parentes que morriam em casa e levá-los para parques e outras áreas públicas da cidade.
A situação no país por causa da pandemia começou a se agravar em meados de março.
A chegada do coronavírus só fez agravar uma crise política iniciada em outubro de 2019 devido aos ajustes que a gestão do presidente Lenín Moreno pretendia fazer no preço dos combustíveis para se adequar a metas impostas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), a quem o país pediu empréstimo de US$ 4 bilhões (R$ 21,1 bilhões).
O episódio levou a fortes enfrentamentos, especialmente entre as comunidades indígenas e camponesas e as forças de segurança, causando sete mortes e deixando 1.340 pessoas feridas.
Ao final, Moreno recuou e revogou o polêmico decreto, adiando a decisão para um ajuste em algum outro setor, ainda não definido.
Assim, a fricção entre governo e sociedade, principalmente a parte rural do país, é grande e vem debilitando a imagem do presidente.
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