O governo dos Estados Unidos determinou, nesta quarta-feira (22), o fechamento do consulado da China em Houston, no estado do Texas, em meio à escalada de tensões entre os dois países.
De acordo com o Departamento de Estado americano, o objetivo é "proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos".
Nesta terça-feira (21), o Departamento de Justiça dos EUA acusou dois hackers chineses de roubar informações sobre projetos de vacina contra a Covid-19 e de violar a propriedade intelectual de empresas nos EUA e em outros países.
"Os EUA não vão tolerar qualquer violação da nossa soberania, nem intimidação do nosso povo por parte da China, como tampouco toleramos as práticas comerciais injustas, o roubo dos empregos americanos e outros comportamentos", afirmou a porta-voz Morgan Ortagus, durante visita do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Copenhague, na Dinamarca.
"A Convenção de Viena diz que os diplomatas de Estado devem 'respeitar as leis e as regras do país anfitrião' e 'têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado'", acrescentou Ortagus. "O presidente Trump insiste na justiça e na reciprocidade em nossas relações com a China."
Autoridades chinesas condenaram a decisão, classificada pelos diplomatas como uma "provocação política que viola gravemente o direito internacional".
"A China condena esta decisão escandalosa e injustificada", disse o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, pedindo que Washington recue e prometendo, em caso contrário, uma retaliação de Pequim.
"O fechamento unilateral do consulado geral da China em Houston dentro de um curto período de tempo é uma escalada sem precedentes de suas ações recentes contra a China", disse Wang.
"Instamos os EUA a revogar imediatamente essa decisão errônea. Se insistir em seguir esse caminho errado, a China reagirá com contramedidas firmes."
Segundo a agência de notícias Reuters, a China está considerando ordenar o fechamento do consulado americano em Wuhan, cidade onde foi confirmado o primeiro caso da Covid-19.
A pandemia do novo coronavírus acirrou ainda mais a Guerra Fria 2.0 entre China e Estados Unidos.
Os americanos, com Donald Trump à frente, passaram meses insinuando que os chineses haviam liberado o novo coronavírus, acidentalmente ou não, de um laboratório em Wuhan.
Já autoridades de Pequim chegaram a afirmar que uma delegação militar americana havia dispersado o patógeno durante competição esportiva na cidade onde a Covid-19 surgiu.
Hoje os EUA são o principal país afetado pela pandemia, com quase 4 milhões de casos, enquanto a China estacionou e conta pouco mais de 85 mil infecções.
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