No dia das eleições norte-americanas, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais na manhã desta terça-feira (3) para destacar a importância do pleito americano e as possíveis consequências ao Brasil, a depender do resultado. Bolsonaro não descarta uma "decisiva interferência externa" desde já para influenciar as eleições brasileiras presidenciais, que ocorrem em 2022.
"No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando às eleições de 2022", escreveu. O chefe do Executivo destacou que as "eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais".
Segundo o presidente, pelo peso da disputa eleitoral nos EUA "há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas". Bolsonaro ressaltou ainda que a "liberdade continua sendo ameaçada" e que é preciso se inteirar de tendências de esquerda na América do Sul.
"Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia", declarou. No fim de setembro, Bolsonaro rebateu declaração do candidato democrata Joe Biden sobre auxílio financeiro à Amazônia e possíveis consequências econômicas, caso a preservação da região não melhorasse.
Na ocasião, o chefe do Executivo avaliou a fala de Biden como "lamentável", além de "gratuita e desastrosa". A publicação nas redes sociais hoje recebeu endosso do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.
"Visão geopolítica é essencial neste mundo globalizado. O que acontece nos EUA tem reflexos no Brasil e na região", comentou Eduardo no texto publicado na página do Facebook de Bolsonaro.
Hoje, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro perguntou a apoiadores: "vai dar Trump ou vai dar Biden?". Na sequência, depois de ouvir de um apoiador que "tem que dar Trump", Bolsonaro disse: "não vou nem responder. Tem gente que acha que o Brasil está livre de problemas. Cheio de estrategista político por aí".
Bolsonaro já se manifestou em várias oportunidades favoravelmente à reeleição de Donald Trump. No último dia 20, em evento no Palácio do Itamaraty, declarou: "espero, se essa for a vontade de Deus, comparecer a posse do presidente brevemente reeleito nos Estados Unidos. Não preciso esconder isso. É do coração".
Nesta terça-feira em que será decidida a disputa eleitoral americana, Bolsonaro deve receber conselhos finais sobre como se posicionar ante o resultado do pleito. Em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e assessores da área internacional, Bolsonaro receberá um último panorama das eleições nesta manhã.
Os conselhos até o momento são de que Bolsonaro telefone para o vencedor, mesmo que seu favorito, Donald Trump, não seja reeleito. Além disso, a orientação dos auxiliares de Bolsonaro é que o presidente adote posição neutra em caso de judicialização do pleito, intenção já anunciada por Trump caso seja derrotado.
Apesar das pesquisas indicarem vantagem de Biden, Bolsonaro disse hoje para a CNN Brasil acreditar na reeleição de Trump. "Estou confiante com a reeleição de Donald Trump, porque será boa para as relações comerciais e diplomáticas com o Brasil", disse na entrevista.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta