O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou ao México por volta das 11h na hora local (14h em Brasília), país que lhe concedeu asilo político.
"O governo mexicano salvou minha vida", disse Evo, em um breve pronunciamento ao chegar na Cidade do México. Ele estava ao lado do ex-vice-presidente Álvaro García Linera, que também renunciou.
Evo voltou a dizer que o erro é ser indígena e ter implementado programas para os mais pobres. "Só haverá paz quando houver justiça social", disse.
Ele havia decolado às 5h (hora de Brasília) de Assunção, no Paraguai. A rota teve de desviar de países como o Peru e Equador, que não autorizaram a passagem da aeronave.
O jato que o buscou pertence à Força Aérea Mexicana. Segundo o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, a tripulação trabalhou mais de 24 horas seguidas para resgatar Evo, que partiu da Bolívia na madrugada de terça-feira (12).
O ex-presidente renunciou no domingo, após pressão das Forças Armadas e de protestos nas ruas, que o acusam de ter cometido fraude eleitoral.
Evo disputou um quarto mandato nas eleições de 20 de outubro e foi apontado vencedor após uma apuração marcada por idas e vindas. Um relatório da OEA (Organização dos Estados Americanos), divulgado no domingo (10), apontou fraude na votação.
Após a divulgação do relatório, Evo disse que convocaria novas eleições, mas mesmo assim não conseguiu obter o apoio dos militares, que sugeriram publicamente que ele renunciasse. Horas depois, Evo anunciou a renúncia e foi seguido por diversos outros líderes do pais, como os presidentes da Câmara e do Senado. Com isso, a Bolívia está oficialmente sem comando.
Após a renúncia de Evo, houve protestos, confrontos e depredação em La Paz e em outras cidades. Casas do ex-presidente e de ministros foram atacadas por manifestantes. Durante a madrugada de segunda (11) para terça, moradores de La Paz fizeram barricadas nas ruas para se proteger de possíveis ataques.
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