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Ex-policial que matou Floyd é sentenciado a 22 anos e 6 meses de prisão

Ex-policial que matou Floyd é sentenciado a 22 anos e 6 meses de prisão

O magistrado considerou que Chauvin abusou de sua posição de confiança e de autoridade e que cometeu o crime como grupo com a participação de outros policiais

Publicado em 25 de junho de 2021 às 19:19

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George Floyd teve o pescoço pressionado pelo ex-policial Chauvin
George Floyd teve o pescoço pressionado pelo ex-policial Chauvin. (Reprodução)

O ex-policial branco Derek Chauvin, condenado pelo assassinato do americano negro George Floyd, foi sentenciado nesta sexta-feira, 25, a 22 anos e 6 meses de prisão. O crime desestabilizou os Estados Unidos e gerou uma grande onda de manifestações contra o racismo.

Derek Chauvin falou brevemente no tribunal, antes de ouvir sua sentença: "Quero dar minhas condolências à família Floyd". Antes dele, promotores e membros da família Floyd também se manifestaram e pediram que a sentença aplicada fosse a máxima.

Os promotores tinham pedido uma pena de 30 anos de prisão contra este homem de 45 anos que, em 25 de maio de 2020, sufocou George Floyd com seu joelho em Minneapolis até matá-lo, desencadeando uma mobilização antirracista inédita em todo país e em outras partes do mundo. "Cometeu um assassinato brutal, traumatizou a família da vítima e gerou um choque na consciência da nação", disseram os promotores em documentos transmitidos antes da audiência.

A lei do Estado de Minnesota estabelece uma sentença mínima de 12 anos e meio de prisão para Chauvin, que está detido desde que foi declarado culpado de homicídio em 20 de abril. A sentença foi determinada pelo juiz Peter Cahill, que identificou circunstâncias agravantes.

O magistrado considerou que Chauvin abusou de sua posição de confiança e de autoridade, que tratou Floyd com especial crueldade diante de menores e que cometeu o crime como grupo com a participação ativa de pelo menos outros três policiais.

Paralelamente, o juiz Cahill rejeitou, nesta sexta-feira, um pedido apresentado pela defesa para um novo julgamento devido a dúvidas sobre a imparcialidade de alguns membros do júri, ao considerar que "não conseguiu provar" suas acusações.

Antes de anunciar sua decisão, o juiz ouviu os parentes de Floyd uma última vez. Durante seu julgamento, Chauvin usou seu direito de se manter em silêncio e não manifestou arrependimento, nem pediu desculpas, por seus atos.

Há exatos 13 meses, Chauvin e três colegas prenderam Floyd, de 46 anos, sob a suspeita de que teria usado uma nota falsa de US$ 20 em uma loja de Minneapolis. Ele foi algemado e imobilizado contra o chão no meio da rua.

Depois, Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd durante quase dez minutos, ignorando as súplicas da vítima e das pessoas que passavam por ali angustiadas.

A cena, filmada com um celular e publicada nas redes sociais por uma jovem, rapidamente viralizou e desencadeou manifestações em diferentes partes do mundo.

ALÍVIO

Nesse contexto, o julgamento de Chauvin foi acompanhado de perto desde março por milhões de pessoas em todo país.

Durante semanas, a cena do crime foi revisada de todos os ângulos, os depoimentos das testemunhas e das partes foram ouvidos novamente, e uma quantidade inédita de policiais compareceu à sala de julgamento, em sua maioria para denunciar a atitude de seu ex-colega.

O advogado do ex-policial, Eric Nelson, insistiu em que Chauvin seguiu os procedimentos policiais vigentes naquele momento e que a morte de Floyd ocorreu devido a problemas de saúde agravados pelo consumo de drogas.

Os membros do júri não foram convencidos e levaram menos de dez horas para declará-lo culpado. Sua decisão foi recebida com alívio em todo país, porque muitos temiam que uma absolvição levasse a piores distúrbios com a isenção de responsabilidade de um policial branco, mais uma vez.

Nelson não mudou sua estratégia de defesa e disse que seu cliente cometeu um erro de boa-fé. Solicitou uma sentença reduzida ao tempo já cumprido, o que permitiria que seu cliente fosse solto de imediato.

Também alertou para o risco de que seu cliente, que foi preso após o anúncio do veredito em um estabelecimento de alta segurança, seja assassinado na prisão.

O caso não termina com Chauvin. Seus três ex-colegas serão julgados pela Justiça de Minnesota em março de 2022 por acusações de cumplicidade no homicídio.

Paralelamente, os quatro homens também enfrentam acusações federais por violarem os direitos constitucionais de Floyd. Ainda não foi estabelecida uma data para esse julgamento.

AGRESSÃO A SUPREMACISTAS

Um busto de George Floyd foi coberto com grafite feito por um grupo de supremacia branca, dias depois de sua instalação no Brooklyn, em Nova York.

De acordo com a polícia, o ato de vandalismo foi cometido na madrugada de quinta-feira, 24, por quatro indivíduos que foram flagrados por câmeras de segurança e estão sendo investigados pela Unidade de Crimes de Ódio, que pediu ajuda aos cidadãos para identificá-los.

A inscrição no pedestal onde o busto está instalado foi coberta com tinta preta e os responsáveis escreveram em tinta branca o site da Patriot Front, uma organização supremacista com uma pequena presença, mas crescente em Nova York.

O busto de Floyd foi instalado no bairro de Brooklyn, em Nova York, no último dia 19, coincidindo com o Juneteenth, feriado que comemora o fim da escravidão nos Estados Unidos.

A obra de quase 2 metros de altura criada pelo artista Chris Carnabuci, está localizada em frente à Biblioteca Pública do Brooklyn Borough e permanecerá lá por cerca de três semanas até ser transferida para a Union Square, no distrito central de Manhattan. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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