O Facebook classificou nesta terça-feira (6) como perigoso o movimento da teoria da conspiração QAnon -e começou a remover grupos e páginas dedicados a ele na rede social, assim como contas do Instagram que se identificam como seus representantes.
A medida amplia uma determinação de agosto que proibiu um terço dos grupos QAnon por promover violência, mas deixou que a maioria deles permanecesse no ar com restrições na frequência com que o conteúdo aparece em feeds de notícias.
Em vez de atuar a partir de denúncias de usuários, a equipe do Facebook agora tratará o QAnon como outras entidades militarizadas, ativamente procurando e excluindo grupos e páginas, afirmou a empresa.
O movimento é impulsionado por um anônimo apelidado de Q, que afirma ser integrante do governo americano. A teoria central, sem fundamento, é de que o presidente Donald Trump está secretamente liderando uma repressão contra uma enorme rede de pedófilos que inclui importantes democratas e a elite de Hollywood.
Segundo seus membros, a salvação só virá após uma intensa mobilização conservadora que vencerá essa classe. O momento tem vários nomes: "Reset" (reinício), "Grande Tempestade" ou "Grande Despertar".
O FBI classifica o QAnon como uma potencial ameaça de terrorismo doméstico.
Desde as restrições de agosto, alguns grupos do movimento adicionaram membros e outros usaram linguagem codificada para evitar a detecção.
Enquanto isso, adeptos trabalhavam para se integrar em novos grupos, como aqueles preocupados com a segurança de crianças e dedicados a criticar de medidas contra aglomerações devido ao coronavírus, de acordo com pesquisadores do Facebook e de fora da empresa.
"Embora tenhamos removido todas as publicações do QAnon que incitam e apoiam o uso de violência, temos visto outros conteúdos do movimento ligados a diferentes formas de causar danos no mundo real, incluindo alegações recentes de que os incêndios florestais na Costa Oeste foram iniciados por certos grupos", escreveu o Facebook.
"As mensagens do QAnon mudam muito rapidamente, e vemos redes de apoiadores ganharem audiência com uma mensagem e, em seguida, mudar rapidamente para outra."
Postagens recentes do QAnon espalharam informações falsas sobre a eleição e sobre a Covid-19, disseram os pesquisadores, e alegaram até mesmo que o presidente dos EUA, Donald Trump, falsificou seu diagnóstico de Covid-19 para orquestrar prisões secretas.
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