O governo francês publicou nesta terça-feira (4) as recomendações mais recentes da comissão científica que cuida da pandemia do novo coronavírus no país e alertou para uma segunda onda no outono. O documento de 42 páginas foi enviado ao ministério da saúde há uma semana e traça alguns cenários em que a covid-19 aumenta após o fim do verão europeu.
"Este relatório considera (possível) uma retomada da circulação de vírus em alto nível no outono de 2020 (a estação começa em 21 de setembro)", diz o documento, que defende uma abordagem diferente da adotada na primeira onda. "Terá de basear-se numa escolha política e social e não somente sanitária". O documento pede uma nova política de comunicação para a covid-19, com mais diálogo com a população e a sociedade civil.
Nas últimas semanas, países como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e nações nórdicas veem suas populações aproveitando o verão europeu para sair de casa e se encontrarem outras pessoas em locais públicos ou privados.
Apesar das advertências da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que uma reabertura deveria ser lenta, gradual e segura, autoridades europeias atribuem o aumento dos casos do vírus e surtos localizados a mudanças no comportamento, principalmente o dos jovens. Nesta semana, um sindicato de médicos da Alemanha disse que o país, vizinho da França, já enfrenta sua segunda onda.
O documento do governo francês indica a necessidade de agir para reforçar as medidas de proteção, como realizar testes suficientes, e também tomar os cuidados com casas de repouso. Também dá atenção especial às pessoas mais pobres, que são mais vulneráveis ao vírus.
Outro aspecto destacado pelo grupo foi uma campanha de informação pública para defender o uso de máscara e destacar a responsabilidade individual de cada cidadão. A comissão também sugere que o uso de máscara pode se tornar obrigatório em todo o país - hoje, isso só ocorre em áreas onde o vírus tem ampla circulação.
De acordo com o jornal Le Monde, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, quer que a máscara seja obrigatória na capital. "Usar a máscara é desagradável, especialmente em climas quentes, mas é um gesto realmente necessário, pois a epidemia está em ascensão", reconheceu Anne Souyris, vice-prefeita de Paris responsável pela saúde, de acordo com o Le Monde.
"Pediremos que isso se torne obrigatório em locais ao ar livre, onde há muita gente e onde é difícil manter a distância de um metro entre cada um." A lista de áreas deve incluir ruas comerciais, o entorno do rio Sena, parques, jardins, mercados abertos e lugares onde turistas e parisienses ficam ao ar livre.
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