Informações falsas sobre a situação do novo coronavírus nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova York, têm sido disseminadas pelas redes sociais e por aplicativos de mensagens. O governador do estado americano, Andrew Cuomo, determinou na última sexta-feira (20) que trabalhadores de serviços não essenciais ficassem em casa e que as pessoas evitassem sair de suas residências.
"Esses fechamentos temporários não serão fáceis, mas eles são necessários para proteger a saúde e segurança das pessoas de Nova York e dos americanos", afirmou o democrata. Até esta quarta (25), Nova York contabilizava aproximadamente 30 mil casos de infecção e 218 mortes por Covid-19.
Nesta segunda (23), Cuomo fez um novo pronunciamento em que voltou a defender a quarentena, mas na internet usuários associavam o discurso a uma revisão da decisão de semana passada.
"Governador de Nova York acabou de dizer numa coletiva que vai voltar atrás no lockdown [quarentena] que ele mesmo decretou, pois as pessoas PRECISAM voltar ao trabalho", compartilhou de forma errada uma pessoa no Twitter. Como o vídeo está em inglês, há mais facilidade na disseminação da fake news no Brasil.
Mas o político não voltou atrás. "Meu conselho seria aja o quanto antes e dramaticamente, não procrastine", afirmou, durante uma fala sobre como enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
"Ouço pessoas dizendo 'não queremos esse nível de disrupção, isso não será tão ruim, isso é coisa da mídia'. Eles estão errados."
O pronunciamento ocorreu para o anúncio da construção de quatro hospitais de emergência na cidade de Nova York - cada um terá capacidade para cerca de 250 pessoas, segundo o governador.
Cuomo é enfático ao defender a posição de isolamento social e restrição do que não seja serviço básico.
"Isso vai ficar muito pior antes de ficar bem. Nós vamos ter o número de casos crescer dramaticamente. Nós vamos ter mais gente vindo para o sistema de saúde do que a gente pode comportar", enfatizou.
Quando questionado sobre a economia, o político respondeu: "Essa [preocupação com a saúde das pessoas] é para mim a prioridade para o governo, para a sociedade. Nós estamos planejando o que fazer com a economia. Mas primeiro temos que fazer tudo o que pudermos para salvar vidas literalmente."
Segundo ele, "a economia a gente conserta."
Cuomo tem tido alguns embates com o presidente dos EUA, Donald Trump, que tem postergado medidas mais drásticas e criticado alguns governadores.
A postura do líder republicano tem servido de exemplo para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que nesta terça (23) voltou a se manifestar em rede nacional para atacar governadores, imprensa e minimizar os efeitos do novo coronavírus.
"O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade", disse ele, contrariando recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de especialistas.
Até esta terça (24), a nova doença levou a 46 mortes no Brasil, entre os 2.201 casos confirmados de coronavírus, segundo o Ministério da Saúde.
Para Bolsonaro, como o grupo de risco é composto principalmente por idosos, as aulas nas escolas, por exemplo, deveriam ser retomadas. Ele ainda voltou a tratar o problema como "gripezinha".
"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão", afirmou.
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