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Governo Lula condena 'nos mais fortes termos' ataques de Israel ao Líbano

Governo Lula condena 'nos mais fortes termos' ataques de Israel ao Líbano

Israel lançou nesta segunda (23) sua maior ofensiva aérea contra o território do Líbano desde o início da guerra Israel-Hamas; bombardeios mataram ao menos 492 pessoas e feriram outras 1.645

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 21:38

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RENATO MACHADO E MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF, E NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou uma nota nesta segunda-feira (23) em que condena "nos mais fortes termos" os ataques aéreos de Israel contra áreas civis no Líbano e reprova as declarações de autoridades de Tel Aviv em favor de operações militares e da ocupação do território libanês.

Assessor de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim reiterou as preocupações expressas no texto em entrevista a jornalistas em Nova York nesta segunda. "Acho uma coisa tremendamente perigosa, porque ali há o risco de uma guerra total", disse ele, nos Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral da ONU que começa nesta terça (24).

Tel Aviv lançou nesta segunda (23) sua maior ofensiva aérea contra o território do Líbano desde o início da guerra Israel-Hamas. Segundo dados do Ministério da Saúde libanês, bombardeios contra 1,1 mil alvos pelo país mataram ao menos 492 pessoas e feriram outras 1.645.

Entre os locais atingidos estão o vale do Bekaa, que fica distante da fronteira conflituosa e vinha sendo poupado. A capital, Beirute, também foi afetada, esta pela segunda vez em menos de uma semana.

Além de repudiar as ações de Israel, o comunicado do governo brasileiro renova o apelo para que as partes envolvidas no conflito cessem de maneira imediata os ataques.

Ainda afirma que a embaixada brasileira em Beirute segue prestando assistência e fornecendo as devidas orientações à comunidade brasileira no país, e acrescenta que mantém contato permanente com seus membros.

"O governo brasileiro acompanha com preocupação e atenção o impacto do conflito para a comunidade. Reitera-se a recomendação aos brasileiros para deixarem a área conflagrada", diz o texto.

Pessoas com conhecimento sobre o assunto afirmam que o Itamaraty instruiu sua embaixada em Beirute a consultar brasileiros que tenham interesse em deixar o país com o objetivo de avaliar uma eventual operação de retirada. Até o momento, porém, não há nenhuma definição sobre isso --o aeroporto na capital segue aberto.

À imprensa, Amorim chamou a atenção para a dificuldade de um plano do tipo, uma vez que uma rota de escape do norte do Líbano passaria pela Síria, imersa em uma guerra civil contra o regime ditatorial de Bashar al-Assad há 12 anos. Além disso, ataques de Israel contra o território sírio tem sido cada vez mais frequentes desde o início da guerra Israel-Hamas.

Os bombardeios israelenses ao Líbano acontecem uma semana depois de o país sofrer com uma série de explosões em pagers usados por membros do grupo fundamentalista Hezbollah. Os incidentes lançaram a região a uma nova fase de convulsão e conflitos.

Amorim chegou a fazer referência a eles ao comentar a presença de brasileiros no Líbano. "Estamos falando de um lugar onde há muitos brasileiros. Pois é, aquelas coisas de repente podem explodir na mão de uma criança brasileira lá, que esteja lá. É muito perigoso."

O governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel pela ação com os pagers. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não assumiu a ação diretamente, mas disse neste domingo (22) que seu país atingiu o grupo armado libanês "de formas que eles não poderiam imaginar". "Se eles ainda não entenderam o recado, eu prometo, eles vão entender", afirmou o premiê.

Na sequência, ainda no domingo, Israel e o grupo Hezbollah realizaram uma intensa troca de mísseis e foguetes, escalando a tensão na região.

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