Homens armados, aeronaves, mísseis e tanques de guerra. Este é o cenário visível desde que a Ucrânia passou a ser atacada pela Rússia nesta quinta-feira (24). Segundo informações do governo ucraniano divulgadas na manhã desta sexta-feira (25), mais de 130 pessoas morreram por causa dos conflitos.
Além das manobras bélicas nas ruas, os países também estão agindo no campo virtual. Sem disparar um tiro ou detonar uma bomba, os soldados digitais promovem incursões cibernéticas. Para imaginar o caos, basta pensar na possibilidade de conviver em cidades sem energia elétrica, abastecimento de água, acesso à internet ou sistemas financeiros inoperantes.
Segundo especialistas em relações internacionais e da área da segurança da informação, a Rússia trabalha esse modo de operação desde 2014. O resultado foi visto na quarta-feira (23), quando sites do governo ucraniano ficaram inacessíveis após sofrerem, propositalmente, muitas solicitações de acesso.
Os ataques atingiram endereços eletrônicos governamentais e vários bancos estatais. Com isso, serviços públicos digitais e o banco on-line no país foram interrompidos.
De acordo com especialistas, pelo que já foi demonstrado até aqui, os russos devem seguir apostando nesses ataques para desestabilizar o governo ucraciano.
Igor Lucena, economista e doutor em relações internacionais, destaca que os países precisam definir limites de segurança para operar no mundo digital. Uma alternativa seria a definição de um modelo híbrido que permitiria, quando necessário, que as principais operações nacionais pudessem ser administradas por meios analógicos.
O perito em computação forense e especialista em segurança da informação Gilberto Sudré, lembra que, em 2010, o vírus Stuxnet foi usado para atacar o sistema de enriquecimento de urânio do Irã.
O invasor destruiu diversas centrífugas. A suspeita é de que o arquivo danoso, criado exclusivamente para atacar sistemas usados no controle de equipamentos industriais, tenha sido desenvolvido por algum governo.
Na guerra cibernética, os grupos atacam infraestruturas sensíveis do alvo, como usinas responsáveis pela distribuição de energia e água, sistemas de telecomunicação e outros serviços importantes.
"Depois vem a guerra cinética, que vai encontrar um ambiente muito mais caótico no outro país, sem energia, sem comunicação", assinala Sudré.
O Brasil conta com o Comando de Defesa Cibernética Brasileiro (Comdciber), liderado pelo Exército e integrado por militares das três Forças Armadas. Anualmente, o órgão promove exercícios de treinamento de simulação de ataques cibernéticos.
"O Brasil tem uma força militar preparada para essa guerra. Eles fazem exercícios de práticas de defesa e ataque a sistemas de infraestrutura básica como fornecimento de água e telecomunicação", informa Sudré.
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