Uma reportagem originalmente publicada no Daily Mirror, jornal do Reino Unido, contou o caso de um escocês que teria sido hospitalizado às pressas em decorrência do hábito de roer unhas. A matéria fez referência a uma amiga do paciente, Karen Peat, que publicou um aviso nas redes sociais após o colega ter contraído uma infecção grave no dedo, que poderia levá-lo à morte. Ela divulgou a mensagem juntamente com imagens do dedo inchado com uma bolha amarela, que indicaria uma infecção.
Karen escreveu na postagem: Uma mensagem para os roedores de unha por aí: PARE!!! Alguém que eu conheço, que prefere não se identificar, rói unhas e acabou tendo que ser levado às pressas ao hospital hoje para uma cirurgia de emergência, porque tinha passado dos limites e pegou infecção no dedo.
Essa pessoa esteve em duas farmácias e conversou com dois farmacêuticos nos últimos dias, mesmo assim foi ficando pior e, quando finalmente foi ao hospital essa manhã, foi avisado que se tivesse deixado mais tempo sem procurar ajuda médica, isso poderia ter sido fatal, já que a infecção estava subindo pelo braço, o que levou à cirurgia de emergência. Então, por favor, pare de roer unhas!!
Em 2018, Luke Hanoman, um pai de dois filhos, quase morreu de infecção generalizada desencadeada pelo ato de roer unhas. Ele, que mora em Birkdale, na Inglaterra, começou se sentindo mal depois de morder a pele na lateral da unha. A notícia também foi divulgada pelo Daily Mirror.
Por uma semana o homem de 28 anos combateu os sintomas como se fosse uma gripe, até então sem imaginar que a infecção estava se espalhando pelo sangue. A mãe de Luke, imaginando a gravidade, rapidamente pensou em ligar para a emergência e foi aconselhada para correr com o filho para o hospital.
Segundo o jornal, acredita-se que aproximadamente 20 a 30 porcento da população rói unhas com frequência. Shamir Patel, fundador e farmacêutico de uma rede online, avisou que remover a pele em volta das unhas pode deixar feridas abertas que podem rapidamente ser infectadas. Soa como uma história de terror médico, mas é fato que infecções podem ser causadas por alguém que inadvertidamente morde a pele.
A Gazeta conversou com os especialistas Lauro Ferreira da Silva Pinto e Martina Zanotti para entender os riscos por trás do ato de roer unhas.
Na visão do infectologista Lauro, o caso divulgado na Escócia aparenta ter causas anteriores. O caso das fotos sugere unhas doentes. Colocar a causa no hábito de roer unhas pode ter sido uma interpretação do paciente. Unhas com micose podem levar ao panarício, que é uma inflamação em volta da unha, junto com celulite infecciosa de dedo, disse o infectologista.
Já para Zanotti, casos como os divulgados pela imprensa britânica não são incomuns. Já vi casos, não é o primeiro que acontece. A nossa boca tem muita bactéria e a pele íntegra é um mecanismo de proteção. Se você rompe a pele, como quando rói a unha e acaba puxando, pode introduzir bactéria da boca e formar um abscesso, que é como uma coleção de pus. Utilizar apenas o antibiótico não chega bem a este abscesso, então pode ser preciso drenar para o antibiótico entrar melhor. Em casos mais graves, a infecção pode até acometer o osso, causando osteomielite, já que há apenas uma camada fina do dedo até chegar ao osso, explicou.
Ainda segundo a médica, para identificar a infecção, deve-se observar sinais como:
Que podem evoluir para:
A recomendação de tratamento inicial é procurar um médico e iniciar o uso de antibiótico, assim que detectada a infecção, antes de formar o abscesso.
Para evitar o hábito de roer a unha, a especialista sugere tratamentos que podem ser feitos com o dermatologista. Existem diversos tratamentos, como os que são feitos com produtos que apresentam gosto ruim, que ao serem aplicados sobre a unha, inibem o hábito. A psicoterapia também é uma possibilidade, já que roer a unha pode estar atrelado a uma causa emocional, é importante buscar ajuda. É preciso lembrar que se você fere a pele, propicia a entrada de bactéria, finalizou.
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