Durante a audiência anual do Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos sobre "Ameaças Mundiais", nesta terça-feira (13), o diretor da Inteligência Nacional, Dan Coats, disse que a Rússia, assim como outras entidades estrangeiras, vai "provavelmente" buscar mais ataques cibernéticos contra eleições norte-americanas e europeias. A declaração acontece meses antes de eleições locais e para o congresso do país, em novembro.
Agências de espionagem dos EUA informaram no ano passado que haviam determinado que a Rússia utilizou ataques hackers e propaganda em um esforço para inclinar a eleição presidencial norte-americana de 2016 a favor do candidato republicano, Donald Trump. Apesar disso, a Rússia tem negado isto repetidamente.
"Operações cibernéticas persistentes e disruptivas irão continuar contra os Estados Unidos e nossos aliados europeus usando eleições como oportunidades para enfraquecer democracias", disse Coats sobre ameaças mundiais durante a audiência do Comitê de Inteligência do Senado.
Ele descreveu uma variedade de maneiras com as quais a Rússia pode tentar influenciar a eleição deste ano.
"No mínimo, nós esperamos que a Rússia continue usando propaganda, redes sociais, perfis falsos, porta-vozes simpáticos e outros meios de influência para tentar exacerbar divisões sociais e políticas nos Estados Unidos", disse Coats.
A acusação de envolvimento russo na eleição de 2016 gerou uma investigação federal e investigações do Congresso sobre se a campanha de Trump conspirou com Moscou, colocando uma sombra sobre o primeiro ano da presidência de Trump.
Coats e outros líderes da comunidade da inteligência dos EUA testemunharam que a Rússia acredita que sua interferência na campanha de 2016 alcançou seu objetivo de enfraquecer a democracia norte-americana, e que a Rússia vê as eleições de novembro como outra chance.
O controle republicano da Câmara dos Deputados e do Senado está em risco em novembro.
"Não deve haver dúvida que a Rússia vê seus esforços passados como bem sucedidos e vê as eleições dos EUA de 2018 como um possível alvo para operações russas de influência", disse Coats.
Ele e outras pessoas testemunhando ao painel, incluindo o diretor da CIA, Mike Pompeo, e o diretor do FBI, Chris Wray, disseram não terem visto mudanças na estratégia da Rússia desde 2016.
Trump tem levantado dúvidas sobre a noção de que houve envolvimento russo na eleição de 2016, apresentando como inveja de apoiadores da candidata democrata Hillary Clinton. Ele tem negado qualquer conluio de sua campanha e também tem negado qualquer tentativa de obstruir a investigação federal.
O painel de Inteligência do Senado está realizando uma das três principais investigações do Congresso sobre a questão russa.
Coats afirmou, ainda nesta terça-feira, que o tempo está se esgotando para os EUA agirem sobre a ameaça representada pelo programa nuclear da Coreia do Norte. O país apresenta uma ameaça "possivelmente existencial" aos Estados Unidos e provavelmente irá realizar mais testes bélicos neste ano, disse o diretor.
"O tempo de decisão está cada vez mais próximo em termos sobre como nós respondemos a isto", disse Coats. "Nossa meta é uma resolução pacífica. Nós estamos usando pressão máxima sobre a Coreia do Norte de diversas maneiras."
O alerta veio apesar de um alívio de tensões na península coreana após conversas retomadas pela Coreia do Norte e Coreia do Sul por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno sediados pela Coreia do Sul.
Apesar de o governo Trump ter destacado preferência por uma solução diplomática para a crise nuclear, a administração alertou para o fato de que todas as opções estão na mesa, incluindo opções militares, para impedir isto.
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