Neste domingo (5), o Governo do Irã anunciou que deixará de cumprir as exigências do acordo nuclear de 2015, firmado com seis potências mundiais. Na prática, isso significa que o país não limitará mais o grau de enriquecimento de urânio e nem respeitará o número de centrífugas a que tem direito. As informações foram divulgadas pela própria TV estatal iraniana.
No anúncio de dois parágrafos, o Irã não detalhou se pretende produzir armas atômicas ou se vai continuar permitindo a visita de observadores internacionais em suas instalações; apenas afirmou que seguirá cooperando com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), órgão internacional responsável por fiscalizar esse tipo de atividade.
O anúncio do rompimento do acordo acontece dois dias após o ataque do EUA ao aeroporto de Bagdá, que matou o general iraniano Qassim Suleimani, principal comandante militar do Irã. Para talvez rever tal atitude, o governo de Teerã afirmou ser necessária a suspensão das sanções impostas pelo rival.
Considerado um herói nacional do Irã, o general Suleimani recebeu uma homenagem de iraquianos no último sábado (4). A população fez uma marcha em Bagdá, no carregamento do caixão por Bagdá, onde foi morto. Na forma de gritos, os presentes pediam "morte aos EUA".
Ainda como retaliação ao ataque, o Parlamento iraquiano aprovou, neste domingo (5), uma resolução que pede ao governo a expulsão de todas as tropas estrangeiras do país.A decisão, que ainda precisa ser aprovada pelo Executivo, diz também que elas não poderiam usar o território, o espaço aéreo e o aquático do país de nenhuma forma.
Os dois países romperam as relações diplomáticas em 1979, mas passaram por uma reaproximação durante o governo de Barack Obama. Em maio de 2018, o atual presidente Donald Trump, porém, anunciou que deixaria o acordo já que ele não impedia que o Irã desenvolvesse armas atômicas; e seis meses depois reinstituiu as antigas sanções ao país.
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