Devido ao crescente número de novos casos da covid-19, o governo israelense decidiu restabelecer, a partir desta sexta-feira, 17, novas medidas pontuais de restrição, especialmente durante os finais de semana. O objetivo, por enquanto, é evitar um confinamento geral. As medidas foram anunciadas após o país detectar quase dois mil casos do novo coronavírus por dia.
De sexta à noite até domingo pela manhã, lojas consideradas não essenciais, shopping centers, salões de beleza, bibliotecas, zoológicos, museus, piscinas, atrações turísticas e os bondes estarão fechados, segundo anúncio do gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e do ministério da Saúde.
Os restaurantes devem se limitar a vender comida para entregar nos dias úteis. Academias ficarão fechadas até nova orientação. Em Israel, a sexta-feira corresponde ao início da festa semanal do "Sabbat", o dia de descanso para os judeus, e muitos restaurantes costumam estar fechados. Reuniões particulares com mais de dez pessoas estão proibidas.
Em Israel, não haverá restrições de movimento para quem quiser sair de casa, mas as praias serão fechadas a partir de 24 de julho. "Qualquer violação dessas restrições será considerada crime", afirmou o comunicado. Com nove milhões de habitantes, Israel registrou oficialmente 46.059 casos do novo coronavírus, incluindo 384 mortes.
O líder da oposição, Yair Lapid, criticou a decisão recente dizendo que um país inteiro está tentando entender porque decisões são tomadas no meio da noite sem bases ou dados. Caso as medidas não sejam suficientes, o parlamento israelense estuda um lockdown completo que pode ser votado na próxima semana.
Israel foi elogiado no início da pandemia, em março, por um lockdown que reduziu as infecções diárias. No entanto, autoridades de saúde e especialistas locais observaram um grande aumento nos casos após a reabertura econômica.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o premiê israelense vive um momento difícil, já que um em cada cinco israelenses estão desempregados e boa parte da sociedade desaprova a forma como ele conduz a crise sanitária. Milhares de pessoas protestararam nesta semana em cidades como Tel Aviv e Jerusalém contra Netanyahu. Ele é acusado de corrupção, fraude e quebra de confiança em três casos. O premiê nega as acusações e as atribui a uma "caça às bruxas".
O diário britânico cita uma pesquisa do think tank do Instituto de Democracia Israelense mostrando que apenas três em cada dez israelenses confiam na resposta de Netanyahu à pandemia.
Com as novas medidas, Israel se soma a países como Austrália, Argentina, Índia, Estados Unidos, China, Alemanha e Espanha, que tiveram de adotar confinamentos pontuais para restringir novos surtos localizados do vírus. (com agências internacionais)
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta