Reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, o líder opositor Juan Guaidó pediu nessa quinta-feira (23), ajuda a empresários e políticos, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, para promover em seu país "eleições livres e transparentes". Só no dia anterior, quarta-feira (22), sua fala havia sido incluída no programa. Uma sessão plenária foi preparada para sua apresentação.
Depois de deixar seu país no domingo, ele se encontrou com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, além de se apresentar no Parlamento Europeu. O governo reagiu a sua viagem, disse Guaidó, perseguindo e prendendo parlamentares da oposição.
Sem dizer como se poderá afastar o presidente Nicolás Maduro ou convencê-lo a encerrar seu mandato, Guaidó falou sobre os males econômicos e políticos de seu país e sobre as oportunidades de investimento e prosperidade se a democracia for restaurada. A produção de petróleo, lembrou, caiu 65% nos últimos anos e a economia venezuelana atravessa uma longa e profunda recessão.
Na primeira fila, no auditório principal do centro de congressos de Davos, estava o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luís Alberto Moreno. O BID, lembrou Moreno ao jornal O Estado de São Paulo, foi a primeira organização multilateral a reconhecer Guaidó como presidente interino. Também havia empresários venezuelanos presentes.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, também assistiu à sessão sentado no auditório. Guaidó dirigiu-se a ele duas vezes para agradecer o acolhimento de milhares de migrantes que fugiram da pobreza e do regime bolivariano
Em entrevista, mais tarde, Guaidó disse ter mantido vários encontros com líderes de outros países durante o dia. Além disso, acusou o governo venezuelano de estar envolvido no financiamento de organizações terroristas internacionais.
Num lounge reservado o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentou Guaidó pelo discurso que fez mais cedo no evento. O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela pediu a Guedes que transmitisse agradecimentos ao presidente Jair Bolsonaro pelo apoio ao seu trabalho no país vizinho.
A cena, presenciada pela reportagem do jornal O Estado de São Paulo/Broadcast, durou alguns minutos e foi recheada de cumprimentos e elogios de ambas as partes. O ministro da Economia chegou a mudar a agenda prevista para a manhã no Fórum para prestigiar o discurso do líder opositor venezuelano.
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