O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou nesta quarta-feira (30), em entrevista ao jornal alemão Bild que ele pediu mais sanções da União Europeia (UE) contra o regime do chavista Nicolás Maduro, acompanhando as medidas anunciadas pelos Estados Unidos nesta semana.
"Estamos em uma ditadura e deve existir pressão", declarou Guaidó. "Precisamos de mais sanções por parte da União Europeia, como decidiu o governo dos Estados Unidos", afirmou, qualificando o regime como "absolutamente corrupto".
Presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, Guaidó pediu aos venezuelanos que saiam às ruas das 12h às 14h (a partir de 14h pelo horário de Brasília) com bandeiras, cartazes ou panelas. "A Venezuela se levantou para sonhar com o país que queremos. Devemos estar nas ruas, precisamos de todos para conquistar nossa democracia", afirmou o opositor ao convocar a manifestação para esta quarta-feira.
O líder parlamentar, com crescente apoio internacional liderado pelos Estados Unidos, também convocou os novos protestos para apoiar a entrada de ajuda humanitária no país. O governo de Maduro considera esse gesto como uma porta para eventual intervenção militar americana.
Washington afirmou que tem 20 milhões de dólares prontos para repassar em alimentos e remédios. A escassez de produtos de primeira necessidade afeta os venezuelanos e provocou a disparada da migração, calculada em 2,3 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU. Maduro atribui o desabastecimento a sanções dos EUA.
Os temores de atos violentos ressurgem a cada protesto. Distúrbios que explodiram em 21 de janeiro deixaram quase 40 mortos e mais de 850 detidos. Duas ondas de protestos contra Maduro, em 2014 e 2017, terminaram com quase 170 mortos.
Embora a cúpula militar tenha classificado de "engano", Guaidó insistirá durante o dia na oferta de anistia aos militares que colaborarem com uma transição, em uma tentativa de dividir a principal base de apoio de Maduro, as Forças Armadas.
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