Quarenta documentos de um processo vinculado à ex-namorada do financista Jeffrey Epstein, morto em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico e abuso de menores, tiveram o sigilo derrubado por uma juíza de Nova York em dezembro e começaram a ser revelados nesta quarta-feira (3).
Entre as informações em segredo de justiça estavam os nomes de mais de 150 pessoas associadas a Epstein, citadas em centenas de páginas que compõem esses documentos.
Em um dos textos, um email de Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein e filha de um magnata da mídia britânica, de janeiro de 2015, ela menciona relacionamentos com pessoas nomeadas como "Clinton" e "Andrew", em uma aparente referência ao ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e ao príncipe Andrew, irmão do rei Charles 3º do Reino Unido.
A referência a nomes nos documentos não significa que há acusação contra as pessoas citadas ou associação provada delas com Maxwell, Epstein ou outros envolvidos no processo -Maxwell foi condenada em 2021 nos EUA por ajudar o investidor a abusar sexualmente de menores de idade; ela cumpre pena de 20 anos de prisão.
A divulgação das identidades, no entanto, pode incluir nomes de acusados de irregularidades, de acusadores e de potenciais testemunhas de crimes, além de nomes de funcionários de Epstein e de pessoas que visitaram sua casa ou viajaram em seu avião particular.
O processo que contém os nomes que começam a ser divulgados é uma ação por difamação movida contra Maxwell por Virginia Giuffre, uma das vítimas do casal.
Muitos dos mencionados no processo já foram identificados publicamente pela imprensa ou durante o julgamento de Maxwell, segundo a juíza Loretta Preska, que derrubou o sigilo dos nomes. Ela afirma que vários deles "não levantaram objeções" à divulgação. Alguns dos nomes da lista permanecerão preservados, incluindo os das vítimas que são menores de idade, disse Preska.
Em depoimento, Johanna Sjoberg, uma das mulheres que acusaram Epstein e Maxwell, afirmou que o príncipe Andrew apalpou seu seio enquanto estava sentado em um sofá no apartamento de Epstein em Manhattan, em 2001. O Palácio de Buckingham classificou as alegações de "categoricamente falsas".
Andrew chegou a pagar milhões a Giuffre para encerrar uma ação judicial que ela moveu contra ele afirmando ter sido abusada sexualmente quando tinha 17 anos. Andrew alega que nunca a conheceu e nega as acusações. Apesar disso, uma foto que circulou amplamente na imprensa mostra os dois juntos ao lado de Maxwell.
Jeffrey Epstein foi um financista americano que morreu na prisão em 2019. Sua morte, enquanto aguardava julgamento, foi descrita como suicídio por médicos legistas, mas ainda permanece envolvida em polêmica e é alvo de diversas teorias da conspiração que circulam na internet.
Epstein foi acusado de comandar uma "vasta rede" de exploração sexual de menores de idade. Ele sempre se declarou inocente. Uma década antes, Epstein havia sido condenado por solicitação de prostituição de uma menor de idade.
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