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Maduro diz que 'gringos não têm moral' para questionar eleição na Venezuela

Maduro diz que 'gringos não têm moral' para questionar eleição na Venezuela

Em discurso que marcou um mês da eleição, ditador comparou atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil com a situação venezuelana e exigiu que outros países "não metam o nariz nos assuntos internos da Venezuela"

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 14:53

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que "os gringos não têm moral" para questionar o resultado da eleição presidencial e mandou uma indireta para o governo brasileiro.

Maduro exigiu que outros países "não metam o nariz nos assuntos internos da Venezuela". Ele discursou em um evento político para marcar um mês da eleição, que ocorreu em 28 de julho. A oposição denuncia fraude e a comunidade internacional cobra transparência do governo chavista.

Ditador comparou atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil com a situação venezuelana. "Bolsonaro não reconheceu os resultados e recorreu ao 'Tribunal Supremo' do Brasil, que decidiu que os resultados eleitorais deram vitória a Lula. E quem se meteu com o Brasil? A Venezuela disse algo?", questionou Maduro.

Fala ocorre uma semana após Supremo da Venezuela validar a reeleição de Maduro. O TSJ ignorou a pressão internacional, não divulgou as atas eleitorais, que registram os votos de cada local de votação, e proibiu a publicação dos documentos.

Diferentemente do que ocorreu na Venezuela, a eleição no Brasil foi validada por outros países e observadores internacional, como o Carter Center. Na Venezuela, o órgão considerou que o pleito "não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrático".

Falta de imparcialidade

A ONU alertou para a "falta de independência" e "imparcialidade" do TSJ e do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que também ratificou a vitória de Maduro. "O governo exerce uma ingerência indevida sobre decisões do TSJ por meio de mensagens diretas aos magistrados e declarações públicas do presidente Nicolás Maduro e Diosdado Cabello [vice-presidente da sigla do ditador]", disse Marta Valiñas, presidente do grupo da ONU que acompanha a eleição na Venezuela.

Dez países latino-americanos, EUA, OEA e a União Europeia rejeitaram a decisão do TSJ. A lista inclui os seguintes países: Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Brasil e Colômbia, que atuam de forma conjunta desde o início da crise venezuelana, divulgaram uma nota dizendo que a credibilidade do processo eleitoral "somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis". O texto é assinado pelo presidente Lula e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

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