A maioria dos senadores republicanos votou nesta terça-feira (26), contra o julgamento do ex-presidente Donald Trump por "incitamento à insurreição", com apenas cinco membros de seu partido se unindo aos democratas na votação para avançar com o processo de impeachment - pelo papel do ex-presidente em incitar uma multidão que atacou o Capitólio.
A votação por 55 a 45 abriu o caminho para o segundo julgamento de impeachment de Trump e eliminou por pouco um esforço republicano de rejeitar a acusação como inconstitucional. No entanto, ela sugere que o Senado não tem votos suficientes para condenar o ex-presidente.
A oposição de todos, exceto um grupo de republicanos, ressaltou a força que Trump ainda tem no partido, mesmo depois de sua campanha para reverter sua derrota eleitoral, alimentada por falsas alegações de fraude eleitoral e o ataque mortal de extremistas depois que ele os incentivou a ir ao Congresso para lutar contra o resultado.
O resultado de agora confirmou que os democratas terão dificuldade em persuadir 17 senadores republicanos - o número necessário para a maioria de dois terços exigida - a votarem para condenar Trump.
Rand Paul, senador republicano de Kentucky, levantou uma questão de ordem para realizar uma votação sobre a constitucionalidade do julgamento de impeachment uma vez que Trump já deixou o cargo. Os democratas então convocaram uma votação para eliminar a questão de ordem, vencendo por 55 a 45.
Paul disse depois "que 45 senadores concordaram que esta farsa de 'julgamento' é inconstitucional... Este 'julgamento' chegará morto ao Senado".
A Câmara dos Deputados apresentou um único artigo de impeachment ao Senado na segunda-feira (25) acusando Trump de incitar a invasão ao Capitólio no início do mês, dando início ao histórico primeiro julgamento de impeachment de um ex-presidente.
O julgamento de Trump, que sofreu impeachment pela Câmara, de maioria democrata, pela segunda vez, deve começar na semana de 9 de fevereiro.
O senador democrata Patrick Leahy, que irá presidir o impeachment, foi internado nesta terça-feira, após informar que não se sentia bem, anunciou seu porta-voz, David Carle. O senador, de 80 anos, acabava de presidir o juramento dos senadores que irão atuar como júri em fevereiro contra Trump.
"O senador Leahy estava em seu gabinete no Capitólio esta tarde e não se sentiu bem. Foi examinado pelo médico da Casa. Por precaução, ele recomendou que o levassem para um hospital local, a fim de ficar em observação", detalhou Carle.
Leahy foi nomeado na semana passada "presidente pro tempore" do Senado, título que era tradicionalmente ostentado pelo membro mais velho da maioria republicana. Embora a Constituição exija que o presidente da Suprema Corte presida os impeachments presidenciais, um senador preside quando o impeachment não é o atual presidente, explicou uma fonte do Senado.
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