O ataque americano em Bagdá, no Iraque, que matou o general iraniano Qassim Suleimani na madrugada desta sexta-feira (3) agravou tensões entre os dois países e colocou a comunidade internacional em alerta.
O ministro das relações exteriores do Irã, Javad Zarif, condenou a ação e exigiu que os EUA sejam responsabilizados por todas as consequências de seu aventureirismo político.
"O ato dos EUA de terrorismo internacional, localizando e assassinando o general Soleimani -a força mais efetiva no combate a Daesh (Estado Islâmico), Al Nusrah, Al Qaeda e outros- é extremamente perigoso e tolo", afirmou Zarif em seu perfil no Twitter.
Ordenada por Donald Trump, a ação resultou em ao menos nove vítimas. Entre elas, Abu Mahdi al-Muhandis, líder de uma milícia iraquiana favorável a Teerã.
O movimento é tido como uma escalada dramática no conflito indireto entre os Estados Unidos e seus aliados -Israel e Arábia Saudita, principalmente- e o Irã.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e seu presidente, Hassan Rohani, também condenaram o ataque como criminoso e prometeram retaliação.
A Guarda Revolucionária, cuja unidade de elite, a Al Qods, era chefiada por Soleimani, disse que o ato fortaleceu a determinação de vingança.
"A breve alegria dos americanos e dos sionistas se transformará em luto", disse o porta-voz Ramezan Sharif na televisão estatal.
Na manhã desta sexta-feira, Khamenei nomeou Esmail Qaani como o novo chefe da força Al Qods.
A presidente da Câmara dos Representantes americano, Nancy Pelosi, disse que o bombardeio ameaça gerar uma escalada de violência na região.
"Os Estados Unidos e o mundo não podem permitir que as tensões cheguem a níveis irreversíveis", afirmou a democrata em um comunicado.
O Reino Unido reforçou a segurança de suas bases militares no Oriente Médio. O ministro de relações exteriores, Dominic Raab, disse que a evolução do conflito não é do interesse britânico.
A relatora especial da ONU para execuções extrajudiciais, Agnes Callamard, publicou uma mensagem em uma rede social afirmando que as mortes foram provavelmente ilegais e que violaram as leis internacionais de direitos humanos.
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