Com o crescimento da população e o aumento da parcela de idosos, o mundo enfrentará um apagão de quase 6 milhões de enfermeiros daqui a dez anos, afirma relatório divulgado nesta terça (7) pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em países mais pobres, a carência será ainda mais grave, com a falta de 7,6 milhões de enfermeiros daqui a dez anos. Mesmo em 31 países ricos da OCDE, faltarão profissionais. A previsão é 3,2 milhões de vagas a menos em 2030.
O levantamento, feito em 191 países, conclui que será preciso elevar em 8% o número dos que se formam anualmente nas universidades e investir em salários e condições de trabalho para atrair mais pessoas à profissão.
Sem incentivos, o mundo deve chegar a 2030 com um total de 36 milhões de enfermeiros, em vez dos 41,8 milhões necessários.
Hoje, há 27,9 milhões de profissionais de enfermagem no mundo, mas a distribuição não corresponde à da população. Mais de 80% dos enfermeiros estão em países que somam 50% da população.
Como a população cresce mais rapidamente nos países mais pobres, a tendência é que a carência se acentue se não houver políticas públicas específicas.
Países mais ricos, porém, também podem ver agravada a falta de profissionais, porque sua força de trabalho está envelhecendo. No mundo, 1 em cada 6 enfermeiros vai se aposentar nos próximos dez anos. Nas Américas, a proporção sobe para 1 em cada 4.
Na Europa e nas Américas, há pouco mais de um enfermeiro jovem para cada outro com mais de 55 anos, e, em 18 países (um sexto dos que tinham dados sobre idade dos profissionais), o total de enfermeiros jovens é insuficiente para repor os que se aposentarão. Atualmente, o sistema público de saúde do Reino Unido já tem 108 mil vagas de enfermeiro abertas, e o número cresce em 5.000 por ano.
O Japão, que estima falta de 270 mil enfermeiros em cinco anos, abriu um novo programa de vistos para atrair 60 mil profissionais da área. A Alemanha também não tem enfermeiros no país para ocupar as 36 mil vagas abertas, no momento, para o cuidado de doentes e idosos.
Em 2030, a estimativa é que faltem 500 mil profissionais no serviço de saúde alemão.
Segundo a instituição, também será preciso melhorar o treinamento de lideranças e combater a desigualdade de gênero nos postos de chefia: 90% dos enfermeiros no mundo são mulheres, mas os homens ocupam 75% dos cargos executivos.
A África é uma exceção para o padrão feminino da profissão, com 1 homem para cada 3 enfermeiras. Em 13 países do mundo, profissionais masculinos são maioria.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta