A Nasa divulgou nesta sexta-feira (18) a primeira imagem feita pelo seu novo observatório espacial caçador de planetas, lançado há um mês. Na foto capturada por apenas uma das quatro câmeras do equipamento, batizado Tess (sigla em inglês para satélite de levantamento de exoplanetas em trânsito) aparecem mais de 200 mil estrelas apinhadas na direção da constelação do Centauro, próxima ao plano central da Via Láctea.
O Tess fez a imagem, numa exposição de dois segundos, enquanto completava seu bem-sucedido sobrevoo da Lua nesta quinta-feira (17). Ao passar a apenas cerca de 8 mil quilômetros da superfície do satélite, a nave usou a gravidade da Lua para redirecionar sua rota rumo à órbita final em que ficará para suas operações científicas. Para tanto, porém, ela ainda vai precisar realizar um último acionamento de seu foguete no próximo dia 30.
Nesta órbita altamente elíptica e inclinada num ângulo de cerca de 40 graus relativo à órbita da Lua, o Tess vai variar de uma distância próxima à de nosso satélite a pouco mais de um terço dela num período de 13,7 dias. Inédita na história da exploração espacial, a órbita visa otimizar as observações, de forma que o equipamento possa cobrir uma área cerca de 400 vezes a desta primeira imagem ao longo dos dois anos previstos de sua missão principal.
O Tess segue os passos do bem-sucedido observatório espacial Kepler, cuja missão está se encerrando à medida que o equipamento vai ficando sem combustível. O novo telescópio espacial da Nasa vai caçar planetas em torno de algumas das estrelas mais brilhantes e próximas de nosso Sistema Solar, em mais um passo na saga pela apelidada Terra 2, um hipotético exoplaneta com dimensões e características parecidas como as do nosso que orbite uma estrela também similar ao Sol a uma distância equivalente à nossa, o que faria dele o mais provável de desenvolver ou sustentar a vida como conhecemos.
Os cientistas esperam que o Tess detecte mais de 1,6 mil exoplanetas na órbita das estrelas em seu foco usando o mesmo método, conhecido como de trânsito, do Kepler, medindo diminuições ínfimas em no brilho das estrelas provocadas pelos chamados trânsitos planetários, que acontecem quando os planetas passam em frente delas de nosso ponto de vista.
Destes, aproximadamente 500 não deverão ter mais que duas vezes o diâmetro do nosso planeta, dos quais cerca de 50 também deverão estar na chamada zona habitável, região na órbita das suas respectivas estrelas em que não ficariam nem longe nem perto demais de forma que sua temperatura possibilite a existência de água em estado líquido na sua superfície, condição considerada necessária para desenvolver ou abrigar vida como conhecemos.
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