O encontro entre representantes da ditadura de Nicolás Maduro e da oposição venezuelana, com a mediação da Noruega, em Oslo, terminou nesta quarta-feira (29) sem um acordo.
Segundo documento divulgado pela equipe do líder oposicionista Juan Guaidó, os representantes defenderam o fim do que chamam de "usurpação" -pois consideram o cargo de presidente vago desde 10 de janeiro, quando terminou o primeiro mandato de Maduro- e eleições "livres, observáveis e verificáveis, com a participação inclusive daqueles que hoje estão com seus direitos restringidos".
Os representantes de Maduro não quiseram avançar com esses termos na mesa.
Guaidó, que vinha dizendo que o encontro em Oslo era uma "mediação" e não um "diálogo", considerou impossível avançar se esses dois pontos não fossem aceitos.
No documento divulgado, a oposição agradece o apoio da Noruega, "por sua vontade de contribuir com uma solução para o caos que sofre o país" e disse que aceitaria novos encontros, "assim como estamos fazendo com o Grupo de Lima e o Grupo de Contato".
Por parte de Maduro, seus representantes apresentaram, na reunião, a proposta de adiantar as eleições legislativas, o que a oposição considera inconstitucional. Para os contrários à ditadura, seria uma forma de diluir a única instituição livremente eleita pela população -uma vez que a última eleição presidencial, em maio, é considerada irregular.
Sobre o encontro frustrado, o segundo vice-presidente da Assembleia Nacional, Stalin González, disse que "todas as opções para resgatar a democracia e a liberdade na Venezuela estão sobre a mesa".
"A única opção não viável é nos render. Não renunciaremos à nossa intenção de poder escolher livremente e de modo soberano o futuro do nosso país."
Enquanto isso, em Caracas, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) acusou mais um deputado de estar por trás da tentativa, no último dia 30 de abril, de depor Maduro.
Trata-se de Rafael Guzmán, que teve sua imunidade parlamentária cassada. Ele, porém, ainda não foi preso. A decisão engorda a lista de deputados que podem ser julgados nos próximos meses -já são 15 nesta situação, e 34 ameaçados.
Isso faz com que o quórum para as sessões da Assembleia Nacional esteja em risco, uma vez que é requerida a presença de no mínimo 84 parlamentares para que se leve adiante alguma votação.
Ainda que os suplentes de deputados presos ou afastados compareçam, também estes começam a entrar na mira do regime.
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