Os EUA ultrapassaram na segunda-feira (6), a marca de 10 mil mortes pelo coronavírus, cerca da metade no Estado de Nova York. O país é agora o terceiro com mais óbitos no mundo, atrás apenas de Itália e Espanha. Com relação ao número de contaminados, os americanos estão na frente, com 350 mil casos, que crescem a um ritmo alucinante de 30 mil por dia, em média.
A situação na cidade de Nova York é tão grave que o prefeito da cidade, Bill de Blasio, anunciou ontem um plano de contingência para realizar "funerais temporários" em locais "provisórios". "Trataremos todos com dignidade", disse De Blasio.
O prefeito evitou dar detalhes, mas o vereador Mark Levine, presidente do Conselho Municipal, foi mais explícito. Ele disse que o plano prevê enterrar temporariamente os mortos em parques, já que os necrotérios e os cemitérios estão lotados. A ideia é que os corpos sejam facilmente rastreados para que possam ser transferidos para cemitérios depois da pandemia.
"Em breve começaremos os enterros temporários. Provavelmente, serão feitos usando um parque de Nova York", disse Levine. "Serão cavadas covas para dez caixões em fileiras. Será feito de maneira digna, ordenada e temporária."
Ontem, o governador do Estado, Andrew Cuomo, disse que o número de internações e de admissões em UTIs diminuiu, o que pode indicar um "possível achatamento" da curva de contaminações. Cuomo, porém, se queixou do fato de muitos terem saído às ruas no fim de semana e dobrou o valor da multa para quem descumprir as regras estaduais de isolamento.
Quem infringir as diretrizes do Estado será multado em US$ 1 mil (R$ 5,2 mil). O pico da crise em Nova York é previsto para ocorrer na quinta-feira (9), quando a estimativa é de que 878 pessoas morram em um único dia.
"Temos de continuar o distanciamento social. Escolas e serviços não essenciais continuarão fechados até 29 de abril. Eu não vou escolher entre a saúde pública e a atividade econômica. A saúde pública ainda exige que continuemos parados", disse o governador.
Ontem, o presidente Donald Trump aceitou um pedido de Cuomo para que o navio-hospital das Forças Armadas, que está ancorado em Nova York, mude de função. O governador pediu para que a embarcação fosse usada para tratar pacientes infectados pelo coronavírus. Até agora, o USNS Comfort, com 750 leitos, era destinado a atender casos urgentes que não tinham relação com o vírus.
Protocolos militares e entraves burocráticos, porém, impediram o navio de receber muitos pacientes e a embarcação tem ficado praticamente vazia.
Enquanto o vírus dá pequenos sinais de desaceleração na Europa, os EUA se preparam para a semana mais crítica desde o primeiro caso registrado no país, em janeiro. Pesquisadores projetam mais de 3 mil mortes em 24 horas quando a pandemia atingir o pico, no dia 16.
Os dados, compilados pela Universidade de Washington, em um modelo estatístico que tem fundamentado as diretrizes da Casa Branca, toma como base um cenário otimista, considerando que os americanos seguirão todas as políticas de isolamento estabelecidas até agora.
Mesmo assim, a equipe do presidente Trump estima que pelo menos 100 mil americanos podem morrer em razão do coronavírus.
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