O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira, 22, em entrevista coletiva, que existe ainda uma tendência de alta nos casos de coronavírus em algumas regiões, citando América Latina, África e Leste Europeu. Ghebreyesus ressaltou também que a maioria dos países do mundo não atingiu o pico da pandemia. "Há um longo caminho pela frente", advertiu, durante a entrevista do comando da instituição, em Genebra (Suíça).
Ghebreyesus disse que quase 2,5 milhões de casos da doença já foram reportados à OMS, com mais de 160 mil mortes. Segundo ele, um dos maiores riscos no quadro atual é "a complacência", ou seja, que se relaxem as restrições e isso resulte em uma nova onda de casos. "É preciso encontrar os casos, isolar, testar e tratar os doentes", voltou a insistir, comentando que a recomendação da OMS é para que se testem "todos os suspeitos, não toda a população".
O diretor-geral afirmou que há tendências diferentes do desenvolvimento da covid-19 pela região e inclusive dentro de cada uma delas. Na Europa Ocidental, por exemplo, ele disse que há tendência de estabilidade ou recuo no ritmo de disseminação da doença.
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Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou ainda que é necessário que o mundo estabeleça um "novo normal", que seja "mais saudável, mais seguro e melhor preparado", para enfrentar a pandemia de coronavírus, no momento em que vários governos elaboram planos para a retomada econômica mais adiante.
Ghebreyesus notou que em alguns países que têm relaxado restrições de distanciamento físico ocorre um ressurgimento dos casos. Além disso, reconheceu que as evidências preliminares apontam que a maior parte do mundo segue vulnerável ao vírus, por isso é importante a cautela. O diretor-geral da OMS voltou a ressaltar que as medidas de distanciamento físico e ordens para que as pessoas fiquem em casa têm "sem dúvida" contido a transmissão de vários em muitos países.
Nesse contexto, a OMS afirmou que autoridades dos países terão de levar em conta uma série de fatores na situação local, para se determinar "o que pode ser liberado e quando". O diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan, afirmou acreditar que os riscos podem ser gerenciados, mas também defendeu que as administrações tenham a possibilidade de voltar a impor restrições, caso a disseminação do vírus volte a ocorrer.
Outro ponto discutido por Ryan foi a questão das viagens. De acordo com ele, os países precisarão avaliar como lidar com pessoas que saem de países mais atingidos pelo coronavírus para outros menos afetados, mas não citou uma recomendação específica neste caso.
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